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Capítulo 73: A promessa

Página 685

- Mais uma vez me desespera, Maximilien! - redarguiu Valentine. - Mais uma vez revolve o punhal na chaga? Diga-me, que faria se a sua irmã escutasse um conselho como o que acaba de me dar?

- Menina - respondeu Morrel, com um sorriso amargo. - Sou um egoísta, como disse, e na minha qualidade de egoísta não penso no que fariam os outros na minha posição, mas sim no que conto fazer eu. Penso que a conheço há um ano e que, desde o dia em que a conheci, depositei todas as minhas oportunidades de felicidade no seu amor; que chegou um dia em que me disse que me amava; que nesse dia colocaria todas as minhas esperanças de futuro na sua posse. Era a minha vida. Agora não penso em mais nada; digo apenas para comigo que a sorte mudou, que esperava ganhar o Céu e o perdi. Isto acontece todos os dias, quando um jogador perde não só o que tem, mas também o que não tem.

Morrel pronunciou estas palavras com uma calma perfeita.

Valentine fitou-o um instante com os seus grandes olhos perscrutadores, procurando não deixar que os de Morrel penetrassem até à agitação que lhe turbilhonava já no fundo do coração.

- Mas enfim, que vai fazer? - perguntou Valentine.

- Vou ter a honra de lhe dizer adeus, menina, tomando como testemunha Deus, que escuta as minhas palavras e lê no fundo do meu coração, de que lhe desejo uma vida bastante calma, bastante feliz e bastante cheia para que nela não haja lugar para a minha recordação.

- Oh! - murmurou Valentine.

- Adeus, Valentine, adeus! - disse Morrel, inclinando-se.

- Aonde vai? - gritou ela, estendendo a mão através das grades e agarrando Maximilien pela sobrecasaca, pois compreendia pela sua agitação interior que a calma do seu apaixonado não podia ser verdadeira. - Aonde vai?

- Vou providenciar para não trazer nova perturbação à sua família e dar um exemplo que poderão seguir todos os homens honestos e dedicados que se encontrarem na minha situação.

- Antes de me deixar, diga-me o que vai fazer, Maximilien

O jovem sorriu tristemente.

- Oh, fale, fale, suplico-lhe! - pediu Valentine.

- A sua resolução mudou, Valentine?

- Não pode mudar, infeliz! Sabe isso muito bem! - gritou a jovem.

- Então, adeus, Valentine! Valentine abanou o portão com uma força de que ninguém a julgaria capaz. E como Morrel se afastasse, passou as mãos através das grades e juntou-as, torcendo os braços.

- Que vai fazer? Quero saber! - gritou. - Aonde vai?

- Oh, esteja tranquila! - respondeu Maximilien, parando a três passos do portão. - Não tenho intenção de tornar outro homem responsável pelos rigores que o destino me reserva.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 685

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069