O Conde de Monte Cristo - Cap. 34: Aparição Pág. 323 / 1080

- Já deu conta a alguém dessa ideia genial?

- Ao nosso hoteleiro. Quando entrei, mandei-o chamar e expus-lhe os meus desejos. Garantiu-me que não havia nada mais fácil. Eu queria mandar dourar os cornos dos bois, mas ele disse-me que para isso seriam precisos três dias. Teremos portanto de passar sem essa ninharia.

- Onde está ele?

- Quem?

- O nosso hoteleiro?

- À procura do que pretendemos. Amanhã talvez fosse já um bocadinho tarde.

- De forma que nos dará a resposta ainda esta noite?

- Espero-o.

Neste momento a porta abriu-se e mestre Pastrini meteu a cabeça.

- Permesso? - pediu.

- Claro que pode entrar! - exclamou Franz.

- Então, arranjou-nos a carroça e os bois que pretendíamos? - perguntou Albert

- Arranjei melhor do que isso - respondeu o hoteleiro, com ar de quem está plenamente satisfeito consigo mesmo.

- Cautela, meu caro anfitrião - observou Albert. - Olhe que o óptimo é inimigo do bom.

- Confiem em mim, Excelências - redarguiu mestre Pastrini em tom convicto.

- Mas, enfim, que há? - perguntou Franz por seu turno.

- Sabem - disse o hoteleiro - que o conde de Monte-Cristo ocupa o mesmo andar que os senhores?

- Sabemos - respondeu Albert -, pois é graças a ele que estamos instalados como dois estudantes da Rua Saint-Nicolas-du-Chardounet

- Pois sabendo da dificuldade em que se encontram, manda oferecer-lhes dois lugares na sua carruagem e dois lugares nas suas janelas do Palácio Rospoli.

Albert e Franz entreolharam-se.

- Mas - perguntou Albert - deveremos aceitar a oferta desse estrangeiro, de um homem que não conhecemos?

- Que homem é esse conde de Monte-Cristo? - perguntou Franz ao hoteleiro.

- Um grandíssimo fidalgo siciliano ou maltês, não sei ao certo, mas nobre como um Borghèse e rico como uma mina de ouro.

- Parece-me - observou Franz a Albert - que se esse homem tivesse tão boas maneiras como diz o nosso hoteleiro, deveria enviar-nos o seu convite doutra maneira, quer escrevendo-nos, quer...

Neste momento bateram à porta.

- Entre - disse Franz.

Um criado de libré perfeitamente elegante apareceu à entrada do quarto.

- Da parte do conde de Monte-Cristo para o Sr. Franz de Epinay e para o Sr. Visconde Albert de Morcerf - disse.

E apresentou ao hoteleiro duas cartas que este entregou aos jovens.

- O Sr. Conde de Monte-Cristo - continuou o criado - manda pedir a esses senhores licença para se apresentar como vizinho amanhã de manhã nos seus aposentos. Ele terá a honra de se informar junto desses senhores a que horas estarão visíveis.





Os capítulos deste livro

Marselha - A Chegada 1 O pai e o filho 8 Os Catalães 14 A Conspiração 23 O banquete de noivado 28 O substituto do Procurador Régio 38 O interrogatório 47 O Castelo de If 57 A festa de noivado 66 Os Cem Dias 89 O número 34 e o número 27 106 Um sábio italiano 120 A cela do abade 128 O Tesouro 143 O terceiro ataque 153 O cemitério do Castelo de If 162 A Ilha de Tiboulen 167 Os contrabandistas 178 A ilha de Monte-Cristo 185 Deslumbramento 192 O desconhecido 200 A Estalagem da Ponte do Gard 206 O relato 217 Os registos das prisões 228 Acasa Morrel 233 O 5 de Stembro 244 Itália - Simbad, o marinheiro 257 Despertar 278 Bandidos Romanos 283 Aparição 309 A Mazzolata 327 O Carnaval de Roma 340 As Catacumbas de São Sebastião 356 O encontro 369 Os convivas 375 O almoço 392 A apresentação 403 O Sr. Bertuccio 415 A Casa de Auteuil 419 A vendetta 425 A chuva de sangue 444 O crédito ilimitado 454 A parelha pigarça 464 Ideologia 474 Haydée 484 A família Morrel 488 Píramo e Tisbe 496 Toxicologia 505 Roberto, o diabo 519 A alta e a baixa 531 O major Cavalcanti 540 Andrea Cavalcanti 548 O campo de Luzerna 557 O Sr. Noirtier de Villefort 566 O testamento 573 O telégrafo 580 Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588 Os fantasmas 596 O jantar 604 O mendigo 613 Cena conjugal 620 Projetos de casamento 629 No gabinete do Procurador Régio 637 Um baile de Verão 647 As informações 653 O baile 661 O pão e o sal 668 A Sra. de Saint-Méran 672 A promessa 682 O jazigo da família Villefort 705 A ata da sessão 713 Os progressos de Cavalcanti filho 723 Haydée 732 Escrevem-nos de Janina 748 A limonada 762 A acusação 771 O quarto do padeiro reformado 776 O assalto 790 A mão de Deus 801 Beauchamp 806 A viagem 812 O julgamento 822 A provocação 834 O insulto 840 A Noite 848 O duelo 855 A mãe e o filho 865 O suicídio 871 Valentine 879 A confissão 885 O pai e a filha 895 O contrato 903 A estrada da Bélgica 912 A estalagem do sino e da garrafa 917 A lei 928 A aparição 937 Locusta 943 Valentine 948 Maximilien 953 A assinatura de Danglars 961 O Cemitério do Père-lachaise 970 A partilha 981 O covil dos leões 994 O juiz 1001 No tribunal 1009 O libelo acusatório 1014 Expiação 1021 A partida 1028 O passado 1039 Peppino 1049 A ementa de Luigi Vampa 1058 O Perdão 1064 O 5 de Outubro 1069