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Capítulo 88: O insulto

Página 844

- No entanto, quando as pessoas se recusam a receber, quando se não pode chegar até elas a pretexto de que estão no banho, à mesa ou na cama, tem-se de as procurar onde é possível encontrá-las - replicou Albert.

- Não sou difícil de encontrar - declarou Monte-Cristo. - Ainda ontem senhor, se me não falha a memória, o vi em minha casa.

- Ontem, senhor - disse o jovem, cuja cabeça parecia um vulcão -, estava em sua casa porque ignorava quem o senhor era!

Ao pronunciar estas palavras, Albert elevara a voz de maneira que as pessoas sentadas nos camarotes contíguos o ouvissem, assim como as que passavam no corredor. Por isso, as pessoas dos camarotes viraram-se e as do corredor pararam atrás de Beauchamp e Château-Renaud ao ouvirem a altercação.

- Donde diabo vem o senhor? - perguntou Monte-Cristo, sem a menor emoção aparente. - Não me parece estar em seu juízo perfeito...

- Desde que compreenda as suas perfídeas, senhor, e que consiga levá-lo a compreender que me quero vingar delas, é quanto me basta para me não considerar de todo louco redarguiu Albert, furioso.

- Senhor, não o compreendo - replicou Monte-Cristo -, e mesmo que o compreendesse, ainda assim o senhor estaria a falar demasiado alto. Estou no meu camarote, senhor, e aqui só eu tenho o direito de elevar a voz acima da dos outros. Saia, senhor!

E Monte-Cristo indicou a porta a Albert, com um admirável gesto de autoridade.

- Ah, eu o obrigarei a sair da toca! - gritou Albert amarrotando nas mãos convulsas a luva, que o conde não perdia de vista.

- Bem, bem! - exclamou fleumaticamente o conde. - Já vejo que o senhor me quer provocar. Mas um conselho, visconde, e retenha-o bem é mau costume fazer barulho quando se provoca alguém. O barulho não é favorável a toda a gente, Sr. de Morcerf...

Este nome provocou um murmúrio de surpresa, que passou como um arrepio por entre aqueles que assistiam à cena.

Desde a véspera que o nome de Morcerf andava em todas as bocas.

Melhor e primeiro que todos Albert compreendeu a alusão, e fez um gesto para lançar a luva à cara do conde; mas Morrel agarrou-lhe o pulso, enquanto Beauchamp e Château-Renaud, receando que a cena excedesse os limites de uma provocação, o seguravam por detrás.

Mas Monte-Cristo, sem se levantar, inclinando a cadeira, limitou-se a estender a mão e a tirar dos dedos crispados do jovem a luva húmida e amarrotada.

- Senhor - disse-lhe com um acento terrível -, considero a sua luva lançada e devolver-lha-ei enrolada numa bala. Agora saia ou chamo os meus criados e mando pô-lo lá fora.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 844

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069