A Queda de um Anjo - Cap. 7: Capítulo 7 Pág. 33 / 207

O que eu sobretudo lamento, Sr. presidente, é o silêncio desaprovador dos meus colegas. Sou eu só: serei eu só o vencido. Não importa! Victis honus!. As pequenas coisas tratam-nas os pequenos: Parvum parva decente. Eu abro mão das glórias prometidas ao nobre colega que, há pouco, pediu subsídio para o teatro do Porto. Dêem-lho. Desenrolem a onda aurífera do Pactolo do nosso tesouro até Braga. Quem pede subsídio para o teatro bracarense? A equidade reclama-o. O meu círculo também quer um teatro. Teatro e subsídio para todo o lugarejo onde morar um contribuinte. Estamos em vida fictícia como país independente. Somos como o sapateiro que se veste de príncipe no Entrudo. Pois bem! Comédia geral! Seja Portugal um teatro desde Monção ao cabo da Roca! Peço uma companhia italiana para a minha terra. Os meus constituintes querem provar o sabor das delícias que têm estipendiadas em Lisboa. Se eu não posso, Sr. presidente, levar-lhes a boa-nova de que vão ter estradas que os liguem à sua nação, seja-me permitida a glória de lhes levar a Lucrécia Bórgia, a incestuosa e envenenadora Lucrécia, que os há-de edificar e converter à civilização. Disse. Algumas vozes por entre frouxos de riso: Muito bem! Bravíssimo!

Eram as ironias dos sublimes engenhos, que, às vezes, não sabem como hão-de havê-las com espíritos selváticos do desplante montesinho de Calisto de Barbuda.





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