O Mistério da Estrada de Sintra - Cap. 22: CAPÍTULO X Pág. 129 / 245

Sejamos prudentes.

Na noite seguinte, pela uma hora, eu, sentado à minha secretaria, escrevia para Portugal, quando senti no corredor passos rápidos, e a porta abriu-se violentamente.

Abafei um grito de terror. De pé, à entrada do quarto, lívida, com os cabelos desmanchados, um penteador branco cheio de sangue, estava a condessa.

- Que foi? bradei.

Ela tinha caído num sofá, muda, com os olhos fixos, meio loucos, os dentes trémulos.

Eu borrifava-a de água, tomava-lhe as mãos, falava-lhe baixo, e perguntava-lhe, aterrado, dando-lhe os nomes mais doces para a serenar:

- Que foi, minha querida, que foi?

Via-lhe os vestidos cheios de sangue.

- Feriram-na?

Ela fez um gesto negativo.

- Então? então? disse eu.

A pobre senhora queria falar, erguia-se, sufocava, ansiava, parecia numa agonia.

De repente atirou-se aos meus braços e desatou a chorar.

- Fale, diga, insistia eu.

- Mataram-no, disse ela.

- Mataram quem?

- Ritmel.

- Como? Onde?

- No jardim… Vá!





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