O Mistério da Estrada de Sintra - Cap. 3: CAPÍTULO II Pág. 13 / 245

- O doutor discorre muito bem como filosofo distinto. Como puro médico, esquece-lhe talvez que na conjuntura de que se trata, antes de deitar o filho à roda há uma pequena formalidade a cumprir, que é deita-lo ao mundo.

- Isso é com os especialistas. Creio que não é nessa qualidade que estou aqui.

- Engana-se. É precisamente como médico, é nessa qualidade que aqui está e é por esse título que viemos busca-lo de surpresa à estrada de Sintra e o levamos a ocultas a prestar auxílio a uma pessoa que precisa dele.

- Mas eu não faço clinica.

- É o mesmo. Não exerce essa profissão; tanto melhor para o nosso caso: não prejudica os seus doentes abandonando-os por algumas horas para nos seguir nesta aventura. Mas é formado em Paris e publicou mesmo uma tese de cirurgia que despertou a atenção e mereceu o elogio da faculdade. Queira fazer de conta que vai assistir a um parto.

O meu amigo F… pôs-se a rir e observou:

- Mas eu que não tenho curso médico nem tese alguma de que me acuse na minha vida, não quererão dizer-me o que vou fazer?

- Quer saber o motivo porque se encontra aqui?… Eu lho digo.

Neste momento porém a carruagem parou repentinamente e os nossos companheiros sobressaltados ergueram-se.





Os capítulos deste livro