Calafrio - Cap. 22: Capítulo 22 Pág. 135 / 164

O meu discurso obscuro deixou Mrs. Grose calada durante uns instantes; depois, com uma franqueza que me pareceu ter algo por trás, deu-me razão:

— É verdade, menina. Acho que ela nunca mais vai voltar a falar-lhe. Logo ela, que leva tudo tão a sério!

—E é precisamente isso—conclui—que é tão estranho naquela

criança.

Pela expressão do seu rosto, compreendi que a minha companheira concordava comigo.

— De três em três minutos ela levanta a cabeça para me perguntar se acho que a menina vai abrir a porta e entrar.

— Compreendo, compreendo! — Pela parte que me tocava, também eu queria esclarecer um sem-número de coisas. — Ela disse-lhe alguma coisa que não tivesse sido para repudiar a sua familiaridade comigo? Disse alguma coisa a respeito de Miss Jessel?

— Nem uma só palavra, menina. E, como sabe, ela mesma disse, quando ainda estávamos junto ao lago, quer pelo menos ali, não havia ninguém.

— Claro! Escuso de perguntar-lhe se continua a crer em semelhante afirmação? — Pelo menos não a contradigo. Que outra coisa poderia eu fazer?





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