— Nada, vigorosamente nada! Mas deixe-me avisá-la que tem entre mãos a criança mais esperta do mundo. Aqueles dois, os seus dois amigos, quero dizer, tornaram-nos ainda mais espertos do que o fizera a natureza. Tinham entre mãos uma matéria-prima magnífica! Flora conseguiu o que queria: representar o papel de vitima. Aposto em como vai levá-lo até as últimas consequência.
— Sim, mas com que objectivo?
—Ora, colocar o tio contra mim, claro! Quando lhe falar a meu respeito, dirá que sou a mais vil das criaturas!
Pestanejei ao ver a cena reflectido na face de Mrs. Grose. Quanto a ela, era como se estivesse a visualizar o encontro entre o tio e a sobrinha.
— E logo o senhor, que a tem em tão boa conta!
— Pois olhe que tem uma forma muito estranha de o demonstrar! — ri eu, nervosa. — Bom, mas isso também não importa. Escusado será dizer que aquilo que a Flora quer é ver-se livre de mim certo?
A mulher não se fez rogada em concordar.
— Diz que nunca mais quer pôr-lhe a vista em cima.
— Então foi por isso que veio até aqui? Para pedir que me apressasse?