Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 11: Capítulo 11

Página 74

Deixei-me ficar mais alguns instantes no cimo das escadas, embora estivesse certa de que aquele estranho visitante já ali não se encontrava, que partira e como que se desvanecera. Só então regressei ao quarto. Aquilo que de imediato me saltou à vista foi compreender que, à luz da vela que ali deixara acesa, a cama da pequena Flora se encontrava vazia. Perante semelhante panorama, contive a respiração, incapaz de enfrentar o sentimento de terror que, há apenas cinco minutos, conseguira dominar na perfeição. Corri para o lugar onde a vira pela última vez, para descobrir que os lençóis se encontravam revolvidos e que as cortinas brancas haviam sido puxadas para a frente. Depois, para meu grande alivio, escutei um som abafado. Desviei os olhos para o cortinados e, de gatas, vi-a aparecer vinda de um dos lados. Lá estava ela, a candura em pessoa, os pés muito rosados a surgir por entre as pregas da camisa de noite, os caracóis dourados muito brilhantes. Fitava-me com uma intensidade tal, que senti estar prestes a perder a vantagem que acabara de adquirir e que tanta emoção me havia causado. Foi então que, em tom de censura, a garotinha me perguntou:

— Marota! Onde foi que se meteu? — Ao invés de lhe pedir explicações pelo seu procedimento, dei por mim a tentar justificar-me. Depois ela própria se explicou com uma simplicidade encantadora. Apesar de adormecida, apercebera-se subitamente de que eu não me encontrava no quarto, depois do que se levantara de um salto para saber o que fora feito de mim. Quando a vira reaparecer deixara-me cair na cadeira, e agora era como se me sentisse prestes a desmaiar. Ao aperceber-se do estado em que me encontrava, Flora correu para mim e sentou-se ao meu colo, dando-me assim a oportunidade de contemplar à luz da vela o seu pequeno rosto maravilhoso, onde ainda era possível detectar vestígios de sono. Lembro-me de fechar os olhos durante breves instantes, como que subjugada pelo excesso de beleza que aquela criança irradiava.

<< Página Anterior

pág. 74 (Capítulo 11)

Página Seguinte >>

Capa do livro Calafrio
Páginas: 164
Página atual: 74

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 10
Capítulo 3 16
Capítulo 4 24
Capítulo 5 31
Capítulo 6 38
Capítulo 7 45
Capítulo 8 54
Capítulo 9 61
Capítulo 10 68
Capítulo 11 74
Capítulo 12 80
Capítulo 13 85
Capítulo 14 90
Capítulo 15 96
Capítulo 16 102
Capítulo 17 106
Capítulo 18 111
Capítulo 19 118
Capítulo 20 123
Capítulo 21 128
Capítulo 22 134
Capítulo 23 145
Capítulo 24 150
Capítulo 25 156