Um Caso Tenebroso - Cap. 9: IX - DESDITAS DA POLÍCIA Pág. 100 / 249

- Mais força teremos - disse o provençal.

- Mande apresentar o brigadeiro de Areis - gritou Corentin para um dos gendarmes.- Vamos lá ver o pavilhão do homem - observou para Peyrade.

- Violette, o nosso escuta, deve lá estar - voltou o provençal.

- Vamo-nos sem notícias - disse Corentin. Devíamos ter trazido connosco Sabatier. Dois não somos bastante. Brigadeiro! - disse ele ao ver entrar o gendarme, que apertou entre si e Peyrade - espero que não deixe que lhe façam o ninho atrás da orelha, como aconteceu ao brigadeiro de Troyes há bocado. Estamos convencidos de que Michu se acha metido no caso; vá a casa dele, abra hem os olhos para tudo, e venha dizer-nos o que viu.

- Um dos meus homens ouviu cavalos na floresta na altura em que estávamos a prender os criados, e eu tenho quatro figurões de primeira prontos para saltarem às canelas do primeiro que lá queira esconder-se - respondeu o gendarme.

Saiu; o ruído do galope do cavalo, que logo ressoou no empedrado do pátio, rapidamente se extinguiu.

-Bom! Eles ou seguem direitos a Paris ou recuam para a Alemanha - disse de si para consigo Corentin.

Sentou-se, tirou da algibeira da casaca um caderninho, escreveu duas ordens a lápis, dobrou-as e acenou a um dos gendarmes para que se aproximasse:

- A galope, a Troyes, acorda o prefeito, e diz-lhe que aproveite o nascer do dia para fazer funcionar o telégrafo.

O gendarme despediu num galope rasgado.

O significado desta agitação e as intenções de Corentin eram claras, tão claras que todos os habitantes do castelo sentiram apertar-se-lhes o coração; mas esta nova inquietação foi, de certo modo, mais um golpe no seu martírio, pois nesse momento tinham eles os olhos no precioso cofre. Enquanto conversavam os dois agentes espiavam a linguagem desses, olhares flamejantes.





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