Um Caso Tenebroso - Cap. 13: XIII – UM BOM CONSELHO Pág. 144 / 249

Enfim, eu gostaria que não estivessem aqui..,

Esta resposta foi acolhida por uma profunda estupefacção. Maria-Paulo tocou, enérgico, a campainha.

- Gothard -disse ele para o rapazito, que logo apareceu -, vai-me chamar Michu.

O antigo administrador de Gondreville não se fez esperar.

- Michu, meu amigo - disse o marquês de Simeuse - é verdade que quiseste matar Malin?

- É. senhor marquês; e quando ele por cá aparecer, estarei, à sua espreita…

- Sabes porventura que somos acusados de te ter encarregado disso? Que a nossa prima, ao chamar-te para seu rendeiro, é acusada de participar na tua pretensão?

- Deus do céu - exclamou Michu -, quer dizer que eu estou amaldiçoado? Que não poderei nunca desembaraçá-los tranquilamente de Malin?

- Não, meu rapaz, não - replicou Paulo-Maria. - Mas vais ser obrigado a sair destas terras e a abandonar o nosso serviço; nós cuidaremos de ti, nós te colocaremos em situação de melhorares o teu futuro. Vende tudo que tens por aqui, realiza os teus fundos, que nós te mandaremos para Trieste, para casa de um dos nossos amigos, homem de grandes relações, e que te empregará como deve ser, até que as coisas aqui melhorem para todos nós.

Os olhos de Michu encheram-se de lágrimas, e quedou imóvel na tábua do sobrado onde estava, - Havia testemunhas quando tu te emboscaste para disparar contra Malin? - perguntou o marquês de Chargeboeuf.

- Grévin, o notário, conversava com ele; foi isso que me impediu de o matar, e ainda bem! A Senhora Condessa sabe porquê - acrescentou Michu, olhando para a ama.

- Haverá mais alguém que 0 saiba sem ser esse Grévin? - interrogou o Senhor de Chargeboeuf, que pareceu contrariado com este interrogatório, embora em família.

- Esse espião que na altura aí esteve para apanhar os meus amos também o sabia - respondeu Michu.





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