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Capítulo 13: XIII – UM BOM CONSELHO

Página 143
Estou a ver pela vossa surpresa, que ignorais que existe contra vós muito má vontade em Troyes, onde ninguém se esqueceu ainda da vossa coragem. Por toda a parte se conta como escapastes às buscas da, polícia geral do Império, uns para vos louvarem, outros para vos considerarem inimigos do imperador. Alguns fanáticos não podem compreender a clemência de Napoleão para convosco. E isto ainda não é nada. Ludibriastes pessoas que se consideravam mais espertas do que vós. e as pessoas .de baixo estofo nunca perdoam. Mais tarde ou mais cedo, a justiça, que no departamento a que pertenceis depende inteiramente do vosso inimigo o senador Malin - pois por toda a parte instalou pessoas, da sua confiança, inclusivamente os funcionários ministeriais -, essa justiça, portanto, muito contente se sentirá se vos vir metidos numa trapalhada. Um dia, qualquer camponês para aí arranja uma questão convosco ao apanhar-vos em terra, sua; vós "tereis armas carregadas, vós sois vivos, e, uma desgraça pode acontecer então. Na vossa posição será preciso ter cem vezes razão para ter razão. Não vos falo assim sem motivo; a polícia está sempre de vigia no departamento onde vós andais; e mantém um comissário Arcis expressamente encarregado de proteger o senador do Império contra as vossas malfeitorias. Ele tem medo de vós e di-lo, à boca cheia.

-Mas, isso é uma calúnia! - exclamou o mais novo dos Simeuse.

- Calunia-vos! Disso estou eu convencido, Mas o público? Aí é que, bate o ponto. Michu fez pontaria contra o senador, e ele nunca o esqueceu. Para muita gente, e para a maioria do público, Malin tem, pois, razão. Vós ignorais quão delicada é a posição dos emigrados perante aqueles que, estão de posse das suas terras. O prefeito, homem inteligente, disse-me; ontem duas palavras a vosso respeito, que muito me preocuparam.

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pág. 143 (Capítulo 13)

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Capa do livro Um Caso Tenebroso
Páginas: 249
Página atual: 143

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - OS JUDAS 1
II – PROJECTO DE UM CRIME 16
III - AS MALÍCIAS DE MALIN 25
IV - FORA A MÁSCARA! 35
V – LAURENCE DE CINQ-CYGNE 43
VI - FISIONOMIAS REALISTAS NO TEMPO DO CONSULADO 54
VII - A VISITA DOMICILIARIA 67
VIII-UM RECANTO DA FLORESTA 78
IX - DESDITAS DA POLÍCIA 90
X - LAURENCE E CORENTIN 104
XI - DESFORRA DA POLÍCIA 117
XII - UM DUPLO E MESMO AMOR 128
XIII – UM BOM CONSELHO 140
XIV -AS CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO 151
XV - A JUSTIÇA SEGUNDO O CÓDIGO DE BRUMÁRIO DO ANO IV 159
XVI - AS DETENÇÕES 168
XVII - DÚVIDAS DOS DEFENSORES OFICIOSOS 178
XVIII – MARTA COMPROMETIDA 190
XIX-OS DEBATES 196
XX – HORRÍVEL PERIPÉCIA 212
XXI - O BIVAQUE DO IMPERADOR 222
XXII-DISSIPAM-SE AS TREVAS 236