O aparecimento, da Menina de Cinq-Cygne despertou a mais viva curiosidade, mas, ao voltar a ver os seus primos no banco dos réus; após vinte e três dias de separação, sentiu-se tão emocionada que foi como se parecesse culpada. Um tremendo desejo de estar ao lado, dos gémeos se apoderou dela, e, segundo disse mais tarde, viu-se obrigada a usar de todas as suas forças pata reprimir o furor que a tomava. O seu desejo era matar o acusador público para aos olhos do mundo, ser tão criminosa como eles. Ingenuamente contou que de regresso a Cinq-Cygne vira fumo no parque e receara que houvesse um incêndio. Durante muito tempo pensara que aquele fumo provinha de uma queima de ervas ruins.
-No entanto -acrescentou - lembrei-me, mais tarde, de uma particularidade para a qual chamo a atenção da justiça. Encontrei nos alamares da minha amazona e nas pregas da minha gola assim uma espécie de papel queimado que fosse arrastado pelo vento.
- O fumo era muito.? - perguntou Bordin.
- Muito - respondeu a Menina de Cinq-Cygne -; julguei tratar-se de um incêndio.
- Isto pode mudar o aspecto do processo - disse Bordin. - Requeiro ao tribunal que ordene um inquérito imediato ao local onde se verificou este fogo.
O presidente ordenou que o inquérito se fizesse.
Grévin, convocado a pedido dos defensores, e interrogado sobre esta circunstância, declarou nada saber a tal respeito. Mas entre Bordin e Grévin trocaram-se alguns olhares que mutuamente os esclareceram.