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Capítulo 19: XIX-OS DEBATES

Página 207

- O processo está todo aqui! - disse de si para consigo o velho procurador.

«Não há dúvida que deram com a coisa!» - pensou o notário.

Mas tanto um como o outro, finos maraus, depreenderam que o inquérito seria inútil. Bordin consigo mesmo pensou que Grévin se mostraria discreto como uma parede e Grévin felicitou-se a si próprio por ter feito desaparecer os vestígios da fogueira. Para arrumar este caso, acessório nos debates e que parece pueril, mas capital na justificação que a História deve àqueles jovens. os peritos e Pigoult, convocados para a visita ao parque, declararam não terem encontrado ponto algum onde houvesse vestígios de uma fogueira.

Bordin mandou citar dois trabalhadores, que declararam terem lavrado, por ordem do guarda, certa porção de prado cujas ervas estavam queimadas; mas disseram não terem reparado de que substância provinham as cinzas. O guarda, convocado a convite dos defensores, disse ter recebido do senador, na altura em que passara pelo castelo para ir ver a mascarada de Arcis, ordem de lavrar aquela parte do prado em que o senador reparara durante o seu passeio pelo campo nessa mesma manhã.

- Tinham queimado lá ervas ou papéis?

- Nada vi que levasse a crer que haviam sido queimados papéis - replicou o guarda.

- Enfim - concluíram os defensores - se queimaram ervas, alguém as deve ter trazido para ali e lhes deve ter lançado o fogo.

O depoimento do cura de Cinq-Cygne e da senhora Sua irmã produziu boa impressão. Ao sair da igreja, depois de rezar vésperas e passeando pela floresta, vira os gentis-homens e Michu a cavalo que saíam do castelo e se dirigiam para a mata. A posição, a moralidade, do abade Goujet davam peso às suas palavras.

O discurso do acusador público, certo como estava de obter uma condenação, foi o que costumam ser essa espécie de discursos.

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pág. 207 (Capítulo 19)

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Capa do livro Um Caso Tenebroso
Páginas: 249
Página atual: 207

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - OS JUDAS 1
II – PROJECTO DE UM CRIME 16
III - AS MALÍCIAS DE MALIN 25
IV - FORA A MÁSCARA! 35
V – LAURENCE DE CINQ-CYGNE 43
VI - FISIONOMIAS REALISTAS NO TEMPO DO CONSULADO 54
VII - A VISITA DOMICILIARIA 67
VIII-UM RECANTO DA FLORESTA 78
IX - DESDITAS DA POLÍCIA 90
X - LAURENCE E CORENTIN 104
XI - DESFORRA DA POLÍCIA 117
XII - UM DUPLO E MESMO AMOR 128
XIII – UM BOM CONSELHO 140
XIV -AS CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO 151
XV - A JUSTIÇA SEGUNDO O CÓDIGO DE BRUMÁRIO DO ANO IV 159
XVI - AS DETENÇÕES 168
XVII - DÚVIDAS DOS DEFENSORES OFICIOSOS 178
XVIII – MARTA COMPROMETIDA 190
XIX-OS DEBATES 196
XX – HORRÍVEL PERIPÉCIA 212
XXI - O BIVAQUE DO IMPERADOR 222
XXII-DISSIPAM-SE AS TREVAS 236