- Onde está o corpo de delito? Onde está o senador? - perguntou ele. - Acusam-nos de o termos emparedado, selado, mesmo, com pedras e gesso! Mas então só nós sabemos onde ele está e, como vós nos conservais presos há vinte e três dias, a esta hora já ele está morto por falta de alimentos. Somos assassinos e vós não nos acusastes de assassínio... Mas se ele está vivo é que temos cúmplices; se temos cúmplices e o senador está vivo, porque o não fazemos nós aparecer? As intenções que vós nos atribuís, uma vez malogradas, agravariam porventura a nossa posição? Poderíamos obter- perdão, com o nosso arrependimento, de uma vingança malograda; e persistiríamos em deter um homem de quem não podemos obter seja o que for? Pois não é absurdo? Levai daqui o vosso gesso; não deu resultado nenhum - disse ele ao acusador público -; pois nós ou somos uns criminosos imbecis, coisa que vós não acreditais; ou inocentes, vítimas de circunstâncias inexplicáveis tanto, para nós como para vós! Faríeis melhor se procurásseis amassa de papéis que foram queimados em casa do senador e que revelam interesses muito mais violentos do que os nossos, e que vos dariam contas do seu rapto.