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Capítulo 20: XX – HORRÍVEL PERIPÉCIA

Página 216
E eis porquê. Os dois homens que se apoderaram da minha pessoa puseram-me a cavalo, na garupa atrás daquele que me vendara os olhos, e cujos cabelos eram ruivos como os do acusado Michu. Por mais estranha que a minha observação pareça não poderei calá-la, pois ela constitui a base de uma convicção favorável ao acusado, a quem peço que se não ofenda com isso. Amarrado às costas de um desconhecido, apesar da rapidez da cavalgada, não pude deixar de lhe experimentar o cheiro. Ora a verdade é que não reconheci no cheiro daquele homem o cheiro particular de Michu. Quanto à pessoa que por três vezes me trouxe alimentos, essa tenho a certeza de que a conheci. Era Marta, a mulher de Michu. A primeira vez reconheci-a pelo anel que lhe deu a Menina de Cinq-Cygne, e que ela se não lembrou de tirar do dedo. A justiça e os senhores jurados se encarregarão de apreciar as contradições que se verificam nestes factos, e que eu próprio ainda não sei explicar.

Murmúrios de aplauso e unânime aprovação acolheram o depoimento de Malin. Bordin requereu ao tribunal licença para fazer algumas perguntas àquela preciosa testemunha.

- O senhor senador está; portanto, convencido de que o sequestro de que foi vítima tem outras causas que não os interesses atribuídos pela acusação aos acusados?

- Evidentemente!... - retorquiu-lhe o senador; - mas ignoro quais os seus motivos, pois declaro que durante os meus vinte dias de cativeiro não vi ninguém.

- Acredita - interveio então o acusador público - que o seu castelo de Gondreville possa conter informações, títulos ou valores capazes de requererem uma busca dos Senhores de Simeuse?

- Não creio - disse Málin. - Nesse caso, estou convencido de que estes senhores eram incapazes de se apoderarem deles pela violência.

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pág. 216 (Capítulo 20)

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Capa do livro Um Caso Tenebroso
Páginas: 249
Página atual: 216

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - OS JUDAS 1
II – PROJECTO DE UM CRIME 16
III - AS MALÍCIAS DE MALIN 25
IV - FORA A MÁSCARA! 35
V – LAURENCE DE CINQ-CYGNE 43
VI - FISIONOMIAS REALISTAS NO TEMPO DO CONSULADO 54
VII - A VISITA DOMICILIARIA 67
VIII-UM RECANTO DA FLORESTA 78
IX - DESDITAS DA POLÍCIA 90
X - LAURENCE E CORENTIN 104
XI - DESFORRA DA POLÍCIA 117
XII - UM DUPLO E MESMO AMOR 128
XIII – UM BOM CONSELHO 140
XIV -AS CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO 151
XV - A JUSTIÇA SEGUNDO O CÓDIGO DE BRUMÁRIO DO ANO IV 159
XVI - AS DETENÇÕES 168
XVII - DÚVIDAS DOS DEFENSORES OFICIOSOS 178
XVIII – MARTA COMPROMETIDA 190
XIX-OS DEBATES 196
XX – HORRÍVEL PERIPÉCIA 212
XXI - O BIVAQUE DO IMPERADOR 222
XXII-DISSIPAM-SE AS TREVAS 236