- Cá está! - exclamou ele. - Esse Michu, que tinha oitocentos mil francos em oiro para comprar Gondreville ao Marion, e que ainda há pouco queria matar Malin, deve ser o homem de confiança dos Simeuse; o interesse que o levou a ameaçar Marion deve ser o mesmo que o levou a fazer ponto de mira em Malin. Pareceu-me homem para ter a sua fisgada, e não há dúvida, pelo menos está a par de tudo, e deve ter vindo aqui avisá-los.
- Malin, naturalmente, falou da conspiração com o amigo notário - corroborou Corentin, prosseguindo as induções do seu colega -, e Michu, escondido, ouviu falar dos Simeuse. Com efeito, ele só deve ter desistido do tiro de carabina para evitar uma desgraça que se lhe afigurou maior que a perda de Gondreville.
- E percebeu imediatamente quem nós éramos - disse Peyrade. - Por isso, desde logo se me afigurou prodigiosa a inteligência do campónio.
- Oh! Isso só prova que ele estava de pé atrás - respondeu Corentin, - Mas, no fim de contas, meu velho, deixemo-nos de coisas: a traição cheira mal, e os primitivos sentem-lhe o cheiro de longe.