Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 9: IX - DESDITAS DA POLÍCIA

Página 98

Trouxera o abade Goujet para um sítio fortemente iluminado pelo luar, e, ao dizer estas palavras fatais, fitara-o bruscamente nos olhos, O padre achava-se seriamente aflito, mas verdadeiramente surpreendido e completamente em branco.

- É ,preciso, que compreenda, senhor abade - voltou Corentin - que os seus direitos sobre as terras de Gondreville os torna. duplamente criminosos aos olhos das pessoas subalternas! Enfim, eu queria que eles tivessem que ver com Deus e não com os Santos.

- Há então uma conjura? - perguntou, ingenuamente, o cura.

- Ignóbil, odiosa, e tão contrária ao espírito generoso da nação - volveu-lhe Corentin -, que terá a reprovação geral.

- Pois fique sabendo que a Menina de Cinq-Cygne é incapaz de uma cobardia! - exclamou o cura.

- Senhor abade - prosseguiu Corentin -ouça: nós temos (sempre aqui entre nós) provas evidentes da sua cumplicidade; mas ainda não chegam para a justiça. Ela fugiu quando nós chegámos...

,E entretanto eu tinha-lhes mandado o maire.

- Sim, sim, mas para quem mostra tanto interesse em salvá-los, talvez siga demasiado as pisadas do maire - tornou-lhe o abade.

Dito o que, entreolharam-se os dois homens, e entre os dois tudo ficou entendido; pertenciam, tanto um como outro, à raça desses profundos anatomistas do pensamento para quem uma simples inflexão de voz, um olhar, uma palavra, é quanto basta para adivinharem uma alma, da mesma forma que o selvagem pressente os seus inimigos, graças a índices invisíveis a olhos de europeu.

«Julguei que ia tirar dele alguma coisa, e acabei por descobrir o meu jogo!» - pensou Corentin,

«Ah!, patife!» - disse de si para consigo o cura.

Soava meia-noite no velho relógio da igreja, quando, Corentin e o cura voltaram a entrar no salão.

<< Página Anterior

pág. 98 (Capítulo 9)

Página Seguinte >>

Capa do livro Um Caso Tenebroso
Páginas: 249
Página atual: 98

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I - OS JUDAS 1
II – PROJECTO DE UM CRIME 16
III - AS MALÍCIAS DE MALIN 25
IV - FORA A MÁSCARA! 35
V – LAURENCE DE CINQ-CYGNE 43
VI - FISIONOMIAS REALISTAS NO TEMPO DO CONSULADO 54
VII - A VISITA DOMICILIARIA 67
VIII-UM RECANTO DA FLORESTA 78
IX - DESDITAS DA POLÍCIA 90
X - LAURENCE E CORENTIN 104
XI - DESFORRA DA POLÍCIA 117
XII - UM DUPLO E MESMO AMOR 128
XIII – UM BOM CONSELHO 140
XIV -AS CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO 151
XV - A JUSTIÇA SEGUNDO O CÓDIGO DE BRUMÁRIO DO ANO IV 159
XVI - AS DETENÇÕES 168
XVII - DÚVIDAS DOS DEFENSORES OFICIOSOS 178
XVIII – MARTA COMPROMETIDA 190
XIX-OS DEBATES 196
XX – HORRÍVEL PERIPÉCIA 212
XXI - O BIVAQUE DO IMPERADOR 222
XXII-DISSIPAM-SE AS TREVAS 236