Vinte Mil Léguas Submarinas - Cap. 33: Capítulo 33 Pág. 169 / 258

- Está em segurança neste lago e só o senhor pode visitar estas águas. Mas para que serve este refúgio? O “Nautilus” precisa de um porto?

- Não, professor, mas precisa de eletricidade para se mover. Precisa de elementos para produzir essa eletricidade. De sódio, para alimentar esses elementos, de carvão para fazer o sódio e de minas que produzam esse carvão. Ora, precisamente aqui, o mar cobre florestas inteiras há milhares de anos. Hoje mineralizadas e transformadas em hulha, essas florestas são uma mina inesgotável para mim.

Agradeci ao capitão as suas informações e fui procurar os meus companheiros que ainda não tinham saído de sua cabina. Convidei-os para que me acompanhassem à plataforma, sem lhes dizer onde nos encontrávamos. Conselho, que não se surpreendia com coisa alguma deste mundo, olhou-me como se fosse uma coisa natural acordar debaixo de uma montanha. Ned Land fez algumas perguntas, mas na verdade só se preocupou em saber se a caverna tinha alguma saída. Não tinha.

Depois do almoço descemos na margem do lago.

- Eis-nos mais uma vez em terra - disse Conselho.

- Não chamo a isto terra - falou o canadiano. - Aliás, não estamos por cima, mas por baixo.

- Estamos dentro da montanha - manifestei-me, prevenindo uma possível discussão entre os dois.

A natureza vulcânica daquela enorme cavidade era visível por toda parte. Chamei a atenção de meus companheiros para isso.

- Imaginam o que deveria ser este funil quando as lavas incandescentes subiam até o orifício da montanha, como a matéria em fusão dentro de um forno?

- Imagino perfeitamente - respondeu Conselho. - Mas por que será que o grande fundador suspendeu o seu trabalho e como foi que a fornalha se encheu de água?





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