A ação deles a nosso respeito, foi brutal e rápida. Nem eu e nem meus companheiros tivemos tempo de ver o que estava se passando. Ao ser introduzido naquela prisão flutuante, senti um calafrio percorrer-me todo o corpo. Quem seria aquela gente? Sem dúvida seriam piratas de unir nova espécie, que exploravam os mares à sua maneira.
Assim que a estreita abertura se fechou atrás de nós, ficamos envolvidos pela mais profunda escuridão. Os meus olhos habituados à claridade exterior, nada conseguiam distinguir. Senti os meus pés nus descerem os degraus de uma escada de ferro. Ned Land e Conselho seguiam-me, seguros pelos homens estranhos. No fundo da escada abriu-se uma porta que se fechou imediatamente após sermos empurrados através dela.
Estávamos prisioneiros. Onde? Não podíamos nem imaginar. Tudo era escuro, mas de um escuro tão absoluto que, passados alguns minutos, os meus olhos ainda não tinham vislumbrado nenhum desses raios intermitentes que flutuam nas noites mais profundas. Ned Land começou a ficar afobado e passou a dizer impropérios contra os nossos carcereiros.
- Não se exalte, Ned - aconselhei-o. - Pode agravar a nossa situação com esses excessos inúteis. Devem estar nos ouvindo. Tentemos saber onde estamos.
Comecei a tatear a minha volta. Dei alguns passos e esbarrei no que me pareceu ser uma parede de ferro feita de grandes chapas cavilhadas.
Ao me virar bati numa mesa de madeira, junto da qual se encontravam alguns bancos alinhados. O soalho da nossa sala estava coberto por uma esteira que abafava o ruído dos passos. As paredes nuas não revelavam o mínimo vestígio de porta ou de janela.