O oceano Pacífico estende-se de norte a sul, entre os dois círculos polares, e a leste e oeste, entre a Ásia e a América, numa extensão de cento e quarenta e cinco graus de longitude. É o mais tranquilo dos mares, com correntes largas e lentas, marés fracas e chuvas abundantes.
Era este o oceano que o destino me levava a percorrer nas mais estranhas condições.
- Vamos determinar exatamente a nossa posição, professor - disse-me o Capitão Nemo - e fixarmos o ponto de partida desta viagem. São onze horas e quarenta e cinco minutos. Vou manobrar para emergir.
Ele premiu três vezes uma campainha elétrica e as bombas começaram a expulsar a água dos reservatórios; o ponteiro do manômetro assinalou, pela pressão, o movimento ascensional do “Nautilus” e depois parou.
- Chegamos - disse o capitão.
Dirigi-me à escada central que conduzia à plataforma. Subi os degraus de metal e pelos alçapões abertos cheguei à parte superior do submarino. Munido do seu sextante o Capitão Nemo mediu a altura do sol, que lhe devia fornecer a latitude. Esperou alguns minutos para que o astro chegasse à linha do horizonte. Enquanto procedia a estas observações, nem um só músculo mexia em seu corpo, e o instrumento não estaria mais imóvel se fosse seguro por uma mão de mármore.
- É meio-dia - falou comigo. - Quando quiser...
Lancei um último olhar àquele mar amarelado, próximo de terras japonesas, e desci ao salão.
Ali, o capitão calculou cronometricamente a longitude, que verificou com observações procedentes dos ângulos solares. Depois disse-me:
- Sr. Aronnax, encontramo-nos a cento e trinta e sete graus e quinze minutos de longitude oeste.