No dia seguinte às quatro horas da manhã fui acordado pelo rapaz de bordo, que o capitão tinha posto especialmente a meu serviço. Levantei-me rapidamente, vesti-me e passei ao salão, onde o capitão já me aguardava.
- Está pronto para partir, Sr. Aronnax?
- Sim.
- Siga-me, por favor.
- E os meus companheiros, capitão?
- Já foram prevenidos e estão a nossa espera.
- Não vamos vestir os escafandros? - perguntei.
- Mais tarde. Não deixei que o “Nautilus” se aproximasse demasiadamente da costa e estamos muito afastados do banco de pérolas. Mandei preparar o bote que nos levará até lá, poupando-nos um longo trajeto a pé. Levaremos as nossas roupas de mergulhar e as vestiremos quando chegarmos a Manaar, no momento de iniciarmos a exploração submarina.
Quando chegamos à escada central a caminho da plataforma, Ned e Conselho já estavam a nossa espera, encantados com os momentos de prazer que se avizinhavam. Cinco marinheiros do “Nautilus”, de remos a postos, esperavam-nos no bote.
O Capitão Nemo, Conselho, Ned Land e eu tomamos lugar à ré da embarcação. O timoneiro pôs-se ao leme, os seus quatro companheiros pegaram nos remos, soltaram-se as amarras e afastamo-nos do submarino.
Mantínhamo-nos em silêncio. Em que estaria pensando o Capitão Nemo? Talvez naquela terra que se aproximava e que ele achava demasiado perto, ao contrário do canadiano a quem ela parecia muito longe. Quanto a Conselho estava ali como um simples curioso.
As seis horas, amanheceu subitamente. Os raios solares romperam as nuvens amontoadas no horizonte do lado ocidental e o astro radioso elevou-se rapidamente.