De manhã, quando subi à plataforma, avistei, a duas milhas para sotavento, o Havaí, a maior das sete ilhas que formam o arquipélago do mesmo nome. A direção do “Nautilus” mantinha-se para sueste. Passou o Equador no dia 1° de dezembro, a 142° de longitude, e no dia 4 do mesmo mês, após uma rápida travessia que decorreu sem qualquer incidente, avistamos o grupo das ilhas Marquesas- Distingui a três milhas, a 80º 57' de latitude sul e 139º 32' de longitude oeste, a ponta Martin, de NoukaHiva, a ilha principal deste grupo, que pertence à França. Vi apenas as montanhas cobertas de arvoredo, que se desenhavam no horizonte, porque o Capitão Nemo não gostava de se aproximar de terra.
Após ter deixado essas ilhas paradisíacas, protegidas pela bandeira francesa, o “Nautilus” percorreu, do dia 4 ao dia 11 de dezembro, cerca de duas mil milhas. Passei o dia 11 de dezembro a ler no grande salão. Ned Land e Conselho observavam as águas luminosas através dos painéis entreabertos. O “Nautilus” mantinha-se agora imóvel. Com os reservatórios cheios, conservava-se a uma profundidade de mil metros, região pouco habitada, onde os peixes de grande porte apareciam de vez em quando.
Eu lia o encantador livro de Jean Macé “Les Serviteurs de l’estomac”, saboreando as suas engenhosas lições, quando Conselho me interrompeu:
- Queira desculpar-me, professor, mas venha ver isso aqui.
Levantei-me, aproximei-me do vidro e olhei pelo painel.