- Vanikoro.
Era uma palavra mágica. Era o nome das ilhotas onde haviam naufragado os navios de La Pérouse. Levantei-me interessado e perguntei
- O “Nautilus” ruma para Vanikoro?
- Exatamente - informou-me o capitão.
- E poderei visitar as célebres ilhas onde se despedaçaram o “Bússola” e o “Astrolábio”?
- Se assim o desejar, professor.
- Falta-nos muito para chegarmos lá?
- Estamos em Vanikoro!
Seguido pelo Capitão Nemo, subi à plataforma de onde perscrutei avidamente o horizonte. Bem próximo de mim, o capitão me perguntou o que eu sabia sobre o naufrágio de La Pérouse.
- O que toda a gente sabe - respondi.
- E pode dizer-me o que toda a gente sabe? - perguntou-me, num tom irônico.
- Com todo o prazer, capitão.
Contei-lhe então o que os últimos trabalhos de Dumont d’Urville tinham revelado. Em 1785, La Pérouse e o seu imediato, o Capitão De Langle, receberam ordens de Luís XVI para efetuarem uma viagem de circunavegação. Partiram nas corvetas “Bússola” e “Astrolábio”, que nunca mais regressaram. Em 1791, o governo francês, justamente alarmado com o destino dos dois navios, armou duas grandes embarcações, a “Recherche” e a “Espérance”, que zarparam de Brest a 28 de setembro, sob o comando de d’Entrecasteaux. Dois meses depois, sabia-se, pelas declarações de um tal Bowen, comandante da “Albermale”, que haviam sido avistados destroços de navios naufragados junto das costas da Nova Geórgia.