Uma gargalhada secundou a graçola. Entretanto, a operação de amortalhamento prosseguia.
- Esta noite! - repetiu o governador quando os homens acabaram.
- A que horas? - perguntou um carcereiro.
- Por volta das dez ou onze.
- Velar-se-á o morto?
- Para quê? Fechem a cela como se estivesse vivo e pronto.
Então, os passos afastaram-se, as vozes foram enfraquecendo, o ruído da porta, com a sua fechadura barulhenta e os seus ferrolhos rangedores, fez-se ouvir e um silêncio mais triste do que o da solidão, o silêncio da morte, invadiu tudo, incluindo a alma enregelada do jovem.
Então, levantou lentamente a laje com a cabeça e deitou um olhar investigador à cela.
A cela estava vazia. Dantès saiu da galeria.