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Capítulo 33: Bandidos Romanos

Página 284

- E eu, meu caro Sr. Pastrini - disse Franz -, eu, que não sou o nosso vizinho milionário, previno-o pela minha parte de que, atendendo a que é a quarta vez que venho a Roma, sei o preço das caleças nos dias vulgares, nos domingos e nos feriados. Dar-lhe-emos doze piastras por hoje, amanhã e depois de amanhã e ainda terá um belíssimo, lucro.

- Mas, Excelência... - começou mestre Pastrini, tentando rebelar-se.

- Vamos, meu caro anfitrião, vamos, ou vou eu próprio combinar o preço com o seu affettatore, que é também o meu - atalhou Franz. - Trata-se de um velho amigo que já me roubou bastante dinheiro na sua vida e que, na esperança de me roubar ainda mais, me fará um preço mais baixo do que o que lhe ofereço. Perderá portanto a diferença e a culpa será sua.

- Não se incomode, Excelência - disse mestre Pastrini, com o sorriso do especulador italiano que se dá por vencido. - Farei o melhor que puder e espero que fique contente.

-Óptimo! Ora aí está o que se chama falar.

- Quando querem a carruagem?

- Dentro de uma hora.

- Daqui a uma hora estará à porta.

Efectivamente, uma hora depois a carruagem esperava os dois jovens. Tratava-se de um modesto fiacre que, atendendo à solenidade da circunstância, fora elevado à categoria de caleça. Mas, por mais medíocre que fosse o seu aspecto, os dois rapazes ter-se-iam, considerado muito felizes se pudessem dispor de um veículo assim nos três últimos dias.

- Excelência! - gritou o cicerone, vendo Franz chegar à janela. - Posso mandar aproximar o coche do palácio?

Por mais habituado que Franz estivesse à ênfase italiana, o seu primeiro impulso foi olhar à sua volta. Mas era mesmo a ele próprio que aquelas palavras se dirigiam. Franz era a Excelência; o coche era o fiacre; o palácio era o Hotel de Londres. Todo o engenho laudatório da nação estava contido naquela simples frase.

Franz e Albert desceram. O coche aproximou-se do palácio. Suas Excelências estenderam as pernas sobre os bancos fronteiros e o cicerone saltou para o assento de trás.

- Aonde querem Suas Excelências que os leve?

- Primeiro a S. Pedro e depois ao Coliseu - respondeu Albert, como autêntico parisiense que era.

Mas Albert não sabia uma coisa: que é preciso um dia para ver S. Pedro e um mês para o estudar. O dia passou-se portanto apenas a visitar S. Pedro. De súbito, ambos notaram que entardecia.

Franz puxou do relógio e verificou que eram quatro e meia. Puseram-se imediatamente a caminho do hotel. à porta, Franz ordenou ao cocheiro que estivesse pronto às oito horas. Queria que Albert visse o Coliseu ao luar, tal como lhe mostrara S. Pedro à luz do dia.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 284

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069