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Capítulo 47: A parelha pigarça

Página 465

- Sr.ª Baronesa - disse Danglars -, permita-me que lhe apresente o Sr. Conde de Monte-Cristo, que me foi apresentado pelos meus correspondentes em Roma com as recomendações mais insistentes. A seu respeito tenho apenas a dizer que não tardará a ser disputadíssimo por todas as nossas belas damas.

Está em Paris com a intenção de cá permanecer um ano e de durante esse ano despender seis milhões de francos, o que promete uma série de bailes, de jantares e de ceias, para os quais espero que o Sr. Conde se não esqueça de nos convidar, tal como não nos esqueceremos de o convidar para as nossas festinhas.

Apesar de a apresentação ser bastante grosseiramente elogiosa, é em geral coisa tão rara um homem chegar a Paris disposto a gastar num ano a fortuna de um príncipe que a Sr.ª Danglars deitou ao conde um olhar que não era desprovido de certo interesse

- Quando chegou, senhor? - perguntou a baronesa.

- Anteontem de manhã, minha senhora.

- E veio, conforme o seu hábito, pelo que me disseram, do cabo do mundo?

- De Cádiz, desta vez, minha senhora; pura e simplesmente.

- Oh, chega numa estação horrível! Paris é detestável no Verão, não há bailes, nem reuniões, nem festas. A ópera italiana está em Londres; a ópera francesa está em toda a parte, excepto em Paris, e quanto ao teatro francês, como sabe, não está em parte nenhuma. Resta-nos portanto, como única distracção, algumas pobres corridas no Campo de Marte e em Satory. Participará nas corridas, Sr. Conde?

- Minha senhora - respondeu Monte-Cristo -, participarei em tudo o que se fizer em Paris se tiver a sorte de encontrar alguém que me informe convenientemente acerca dos hábitos franceses.

- É apreciador de cavalos, Sr. Conde?

- Passei parte da minha vida no Oriente, minha senhora, e os Orientais, como sabe, só apreciam duas coisas no mundo: a nobreza dos cavalos e a beleza das mulheres.

- Então, Sr. Conde, devia ter tido a galantaria de colocar as mulheres em primeiro lugar... - observou a baronesa.

- Como vê, minha senhora, tinha toda a razão quando há pouco desejava encontrar um preceptor capaz de me ensinar os hábitos franceses.

Neste momento, a camareira favorita da Sr.ª Baronesa Danglars entrou, aproximou-se da ama e segredou-lhe qualquer coisa ao ouvido.

A Sr.ª Danglars empalideceu.

- Impossível! - exclamou.

- Mas é a pura verdade, minha senhora - respondeu a camarista.

A Sr.ª Danglars virou-se para o marido.

- É verdade, senhor?

- O quê, minha senhora? - perguntou Danglars, visivelmente agitado.

- O que me disse esta rapariga...

- E que disse ela?

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 465

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069