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Capítulo 2: O pai e o filho

Página 9

Mas as forças faltaram-lhe e o velho deixou-se cair para trás.

- Então, então! - exclamou o rapaz. - Tome um copo de vinho, meu pai; vai ver que o reanima. Onde tem o vinho?

- Não, obrigado, escusas de o procurar; não é preciso - redarguiu o velho, procurando reter o filho.

- Não é preciso, não é preciso... Então, pai, diga-me onde está - e abriu dois ou três armários.

- I nútil... - murmurou o velho - já não há vinho.

- Como, já não há vinho?! - surpreendeu-se Dantès, empalidecendo por seu turno e olhando alternadamente para as faces cavadas e macilentas do velho e para os armários vazios.

- Como é que já não há vinho? Tiveste falta de dinheiro, meu pai?

- Não tenho falta de nada desde que estás aqui - respondeu o velhote.

- No entanto - balbuciou Dantès, limpando o suor que lhe escorria da testa -, no entanto, deixei-lhe duzentos francos quando parti há três meses.

- Sim, sim, Edmond, é verdade. Mas quando partiste esqueceste-te de uma pequena dívida em casa do vizinho Caderousse. Ele lembrou-ma e disse-me que se a não pagasse por ti iria pedir o pagamento ao Sr. Morrel. Então, compreendes, com medo que isso te prejudicasse…

- Que fez?

- Que fiz? Paguei-a eu.

- Mas eu devia cento e quarenta francos a Caderousse exclamou Dantès.

- Pois devias - balbuciou o velhote.

- E pagou-lhos dos duzentos francos que lhe deixei? O velhote acenou que sim com a cabeça.

- De modo que viveu três meses com sessenta francos! - murmurou o rapaz.

- Bem sabes que me contento com pouco - disse o velhote.

- Oh, meu Deus, meu Deus, perdoai-me! - exclamou Edmond, caindo de Joelhos diante do pobre homem.

- Que fazes?

- Oh, dilacerou-me o coração! Mas agora estás aqui - observou o velhote, sorrindo. – Agora está tudo esquecido porque tudo está bem.

- Sim, estou aqui - disse o rapaz. - Estou aqui com um excelente futuro e algum dinheiro. Tome, pai. Tome, tome e mande buscar imediatamente qualquer coisa.

E despejou em cima da mesa as algibeiras, que continham uma dúzia de moedas de ouro, cinco ou seis moedas de cinco francos e alguns trocos.

O rosto do velho Dantès iluminou-se.

- De quem é isso? – perguntou.

- Mas... é meu!... É teu!... É nosso!... Tome, compre comida.

Sejamos felizes. Amanhã haverá mais.

- Devagar, devagar... - contrapôs o velhote, sorrindo. - Com tua licença, servir-me-ei moderadamente da tua bolsa. Se me vissem comprar demasiadas coisas ao mesmo tempo, julgariam que me vi obrigado a esperar o teu regresso para as adquirir.

- Faz como quiseres. Mas antes de mais nada toma uma criada, pai.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 9

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069