Calafrio - Cap. 3: Capítulo 3 Pág. 20 / 164

Depois de reflectir, acabei por aceitar o raciocínio.

— Então, para si, um rapaz que nunca tenha feito uma maldade...?

— Não é um rapaz!

Apertei-lhe o braço com força.

— Gosta dos rapazes mauzinhos? — Depois, antecipando-me, eu mesma me encarreguei de responder: — Também eu! — Aquelas duas palavras foram ditas com despreocupação. — Contudo, nunca ao ponto de contaminarem. ..

— Contaminarem? — Aquela palavra deixara-a perdida.

Resolvi explicar-lhe o que tinha em mente.

— Corromperem.

Ao compreender onde eu queria chegar, Mrs. Grose fitou-me com gravidade, depois do que soltou uma gargalhada estranha.

— E tem medo que ele a corrompa? — A pergunta fora colocada com uma dose de bom humor de tal forma audacioso, que também eu fui obrigada a rir, já que a hipótese me parecia ridícula.

Porém, no dia seguinte, à medida que se aproximava a hora de parti ao encontro do jovem Miles, resolvi voltar à carga.

— Como era a senhora que aqui esteve antes?

— A última preceptora? Também era nova e bonita. . . quase tão nova e bonita quanto a menina.





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