— Ah, nesse caso, é de esperar que a sua juventude e beleza a tenham ajudado! — Depois, incapaz de conter-me, deixei escapar a segmnte frase:
— Parece que ele gosta de nós jovens e bonitas!
— Oh, palavra que era mesmo assim que ele gostava — concordou Mrs. Grose. — Era assim que gostava de toda a gente! — Palavtas não eram ditas e já a mulher se arrependera de as ter pronunciado, tratando de remediar o efeito. — Quero dizer... ele é mesmo assim. O senhor, claro!
Eu não podia estar mais espantada.
— Mas de quem é que estava a falar?
Embora a sua expressão revelasse a maior das indiferenças, Mrs. Grose corou.
— De quem mais podia ser? «Dele»!
— Do patrão?
— De quem mais?
Era de tal forma óbvio não haver mais ninguém que não demorei muito a esquecer aquela sensação que me dizia ter ela cometido uma qualquer inconfidência, e limitei-me a perguntar aquilo que realmente me interessava:
— E ela viu alguma coisa de estranho no rapaz?
— Alguma coisa de estranho? Bom, se o fez, nunca me disse nada a esse respeito.