Calafrio - Cap. 9: Capítulo 9 Pág. 66 / 164

— Oh, ele era incapaz de evitar...

— Que a senhora acabasse por descobrir a verdade? Aposto que não! Mas... isso só pode significar — prossegui, mostrando uma veemência que me deixou surpreendida — que eles exerceram uma influência fortíssima sobre o coitado!

— Ah, nada que não esteja resolvido! Bom, pelo menos agora — alegou Mrs. Grose num tom lúgubre.

— Não é para admirar que se tenha assustado — falei da carta que recebera da escola.

— Duvido que me tenha assustado mais que a menina! — contrapôs ela, revelando-se pronta para a luta. — E, se é mesmo verdade que ele se portou assim tão mal, por que motivo actua agora como se fosse um anjo?

—Sim, de facto... sobretudo se na escola era o diabo em pessoa! Porquê, porquê, porquê? Bom—acabei por dizer, imersa num mar de tormentos —, mais uma vez, vai ter de deixar as coisas por minha conta, embora talvez sã daqui a uns dias esteja em condições de dar-lhe uma resposta. Só peço que deixe as coisas comigo!—exclamei num tom que levou a minha amiga a olhar-me fixamente. — Há uma série de caminhos pelos quais sei que, de momento, é melhor não me aventurar.

— Entretanto, achei por bem regressar à primeira situação que ela me apresentara há apenas alguns instantes, ou seja, à facilidade com que o garoto praticava esta ou aquela maldade ocasional.—Quando conversou com ele e lhe disse que Quint não passava de um simples empregado, aposto que uma das coisas que Miles lhe disse foi que a minha amiga também não passava de uma simples criada. — Ao vê-la assentir, prossegui: — E a senhora perdoou-lhe?





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