Um Caso Tenebroso - Cap. 18: XVIII – MARTA COMPROMETIDA Pág. 193 / 249

Nem a curiosidade nem a humanidade lhe permitiam adiar isso para o dia seguinte. Aqueceu o forno e, ajudada pela mãe, fez um pâté de lebre e pato, um pastelão de arroz}, assou duas galinhas, pegou em três garrafas de vinho, e ela própria cozeu dois pães redondos. Pelas duas e meia da manhã, meteu-se a caminho para a floresta, levando tudo numa caixa, e por companhia Couraut, que em todas estas expedições servia de batedor com uma admirável inteligência. Farejava estranhos a grande distância, e, mal dava pela sua presença, voltava para junto da dona, rosnando baixo, olhando para ela e voltando o focinho para o lado perigoso.

, Marta chegou ao pântano por volta das 3 horas da madrugada, e aí deixou Couraut de sentinela. Após meia hora de trabalho para desimpedir a entrada, com uma lanterna de furta-fogo, dirigiu-se até à porta do subterrâneo de máscara na cara, máscara que, efectivamente, encontrara num dos degraus da escada. A detenção do senador parecia premeditada com grande antecedência. Um orifício, de um pé quadrado. que Marta nunca vira antes, fora grosseiramente praticado no alto da porta de ferro que fechava o ,subterrâneo; mas para que Malin, com o tempo ea paciência de que, dispõem todos os cativos, não pudesse deslocar a barra de ferro que trancava a porta. aquela fora fixada com um cadeado. O senador. que se levantara da sua cama de musgo soltou um suspiro ao ver uma figura mascarada, e adivinhou que ainda se não tratava da sua libertação. Observou Marta, tanto quanto lho permitia a luz vacilante de uma lanterna de furta-fogo e reconheceu-a pelas roupas pela corpulência e pelos movimentos; quando ela lhe passava o pâté pelo buraco, deixou cair o pâté para lhe agarrar as mãos, e com uma excessiva rapidez tentou arrancar-lhe do dedo dois anéis: a aliança e um anelzinho que lhe dera a Menina de Cinq-Cygne.





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