Vinte Mil Léguas Submarinas - Cap. 32: Capítulo 32 Pág. 166 / 258

Tais eram as lembranças históricas que a inscrição do Capitão Nemo fez surgir no meu espírito. Portanto, conduzido pelo mais estranho destino, eu pisava uma das montanhas daquele continente! Tocava aquelas ruínas mil vezes seculares! Caminhava por onde tinham caminhado os contemporâneos do primeiro homem. Esmagava com os meus pesados sapatos os esqueletos de animais dos tempos fabulosos, que aquelas árvores, agora mineralizadas, outrora cobriram com a sua sombra.

O Capitão Nemo, apoiado numa estela coberta de musgo, permanecia imóvel e como que petrificado num êxtase mudo. Pensaria ele naquelas gerações desaparecidas, tentando descobrir o segredo do destino humano? Seria ali que aquele estranho homem ia retemperar-se nas recordações da história e reviver a vida antiga, ele que nada queria com a vida moderna? Eu daria tudo que tivesse para conhecer, partilhar e compreender os pensamentos dele.

Quando penetramos de volta no interior do “Nautilus” já as primeiras claridades da aurora branqueavam a superfície do oceano.





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