Vinte Mil Léguas Submarinas - Cap. 18: Capítulo 18 Pág. 67 / 258

O “Nautilus” já havia navegado oito mil e cem milhas. Nove mil setecentas e vinte milhas era o total percorrido quando passou entre o Arquipélago Tonga-Tabu, onde pereceram as equipagens do “Argo”, do “Port-au-Prince” e do “Dulce of Portland”, e o Arquipélago dos Navegadores, onde foi morto o Capitão Langle, amigo de La Pérouse.

A seguir passou perto do Arquipélago Viti, onde os indígenas chacinaram os marinheiros do “Union” e o Capitão Bureau, de Nantes, comandante do “Aimable Joséphine”. Esse arquipélago prolonga-se por uma extensão de cem léguas, de norte para o sul, e de noventa léguas de leste para oeste, e está compreendido entre 6° e 2° de latitude sul e 174° e 179° de longitude oeste. É composto por um certo número de ilhas, ilhotas e escolhos, entre os quais sé salientam as ilhas Viti-Levu, Vanua-Levu e Kandubon. Foi Tasman quem descobriu o arquipélago, em 1643, o mesmo ano em que Torricelli inventava o barômetro e Luís XIV subia ao trono da França. Qual desses acontecimentos foi mais útil à humanidade? Vieram a seguir: Cook, em 1714, d’Entrecasteaux, em 1793, e finalmente Dumont d’Urville, em 1827, que decifrou todo o caos geográfico do arquipélago. O “Nautilus” aproximou-se da Baía de Wailea, cenário das terríveis aventuras do Capitão Dillon, o primeiro homem que conseguiu esclarecer o mistério do naufrágio de La Pérouse.

No dia 25 de dezembro, navegava o “Nautilus” no meio do arquipélago das Novas Hébridas, que Queirós descobriu em 1606, que Bougainville explorou em 1768 e ao qual Cook deu, em 1773, o nome atual. Era dia de Natal. Ned Land lamentou que não se celebrasse, a bordo do “Nautilus”, o Christmas, verdadeira festa de família pela qual os protestantes têm muito respeito.

Há oito dias eu não via o Capitão Nemo.





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