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Capítulo 117: O 5 de Outubro

Página 1077
Mas por sorte eu estava lá e venci a morte! Valentine, daqui em diante não devem separar-se mais na Terra; porque para a tornar a ver ele precipitava-se na sepultura.

Sem mim, morreriam ambos; restituo-os um ao outro. Assim possa ter em conta a meu favor estas duas existências que salvo! Valentine pegou na mão de Monte-Cristo e, num impulso de alegria irresistível, levou-a aos lábios.

- Oh, agradeça-me muito! - pediu o conde. - Repita-mo, sem se cansar de mo repetir, repita-me que a tornei feliz? Não imagina quanto necessito dessa certeza.

- Sim, sim, agradeço-lhe de toda a minha alma - respondeu Valentine. - E se duvida da sinceridade dos meus agradecimentos, pergunte a Haydée, interrogue a minha querida irmã Haydée, que desde a nossa partida de França me tem feito esperar pacientemente, falando-me do senhor pelo feliz dia que brilha hoje por mim.

- Ama então Haydée? - perguntou Monte-Cristo, com uma emoção que em vão se esforçava por dissimular.

- Oh, com toda a minha alma!

- Nesse caso, escute, Valentine - disse o conde. - Tenho um pedido a fazer-lhe.

- A mim, Santo Deus? Merecerei tamanha felicidade?...

- Merece, sim. Chamou a Haydée sua irmã; que ela seja sua irmã de facto, Valentine. Pague-lhe a ela tudo o que julga dever-me a mim. Protejam-na, Morrel e a menina, porque... - a voz do conde quase lhe morreu na garganta - de futuro ela estará sozinha no mundo.

- Sozinha no mundo! - repetiu uma voz atrás do conde. - E porquê?

Monte-Cristo virou-se.

Haydée estava ali, de pé, pálida e siderada, a olhar o conde com uma expressão de mortal espanto.

- Porque amanhã, minha filha, serás, livre - respondeu o conde. - Porque retomarás no mundo o lugar que te é devido.

Porque não quero que o meu destino obscureça o teu. Filha de príncipe, restituo-te as riquezas e o nome do teu pai!

Haydée empalideceu, abriu as mãos diáfanas como faz a virgem que se encomenda a Deus e perguntou, com a voz embargada pelas lágrimas:

- Quer dizer, meu senhor, que me deixas?

- Haydée! Haydée! És jovem e bela; esquece inclusivamente o meu nome e sê feliz.

- Está bem - respondeu Haydée -, as tuas ordens serão cumpridas, meu senhor; esquecerei inclusivamente o teu nome e serei feliz.

E deu um passo atrás para se retirar.

- Oh, meu Deus! - exclamou Valentine, amparando no ombro a cabeça adormecida de Morrel. - Não vê como ela está pálida, não compreende como ela sofre?

Haydée redarguiu-lhe com uma expressão pungente:

- Como queres que me compreenda, minha irmã? Ele é o meu senhor e eu sou sua escrava; tem o direito de não ver nada.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 1077

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069