Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 117: O 5 de Outubro

Página 1079

Morrel soltou um grande grito e delirante, cheio de dúvidas, mas deslumbrado como que por uma visão celeste, caiu de joelhos.

No dia seguinte, ao amanhecer, Morrel e Valentine passeavam de braço dado na margem. Valentine contou a Morrel como Monte Cristo aparecera no seu quarto, como lhe revelara tudo, como lhe fizera tomar conhecimento do crime e finalmente como a salvara miraculosamente da morte conseguindo que tudo fizesse crer que estava de facto morta. Tinham encontrado aberta a porta da gruta e saído; no céu brilhavam no azul matinal as últimas estrelas da noite. Então Morrel viu na penumbra de um grupo de rochedos um homem que esperava um sinal para avançar e indicou esse homem a Valentine.

- É Jacopo, o comandante do iate - disse ela. E chamou-o com um gesto.

- Tem alguma coisa para nos dizer? - perguntou Morrel.

- Devo entregar-lhes esta carta da parte do conde.

- Do conde?... - murmuraram os dois jovens.

- Sim, leiam.

Morrel abriu a carta e leu: Meu caro Maximilien:

Há um falucho ancorado à disposição de ambos. Jacopo levá-los-á a Liorne, onde o Sr. Noirtier espera a neta para a abençoar antes de ela o acompanhar ao altar. Tudo o que se encontra nessa gruta, meu amigo, bem como a minha casa dos Campos Elíseos e o meu palacete de Trépor, são o presente de casamento de Edmond Dantès ao filho do seu patrão Morrel. Mademoiselle de Villefort poderá ficar com metade, pois suplico-lhe que dê aos pobres de Paris toda a fortuna do lado do pai, que enlouqueceu, e do lado do irmão, falecido em Setembro último juntamente com a mãe. Diga ao anjo que vai velar pela sua vida, Morrel que reze algumas vezes por um homem que, qual Satanás, se julgou por momentos igual a Deus e que reconheceu, com toda a humildade de um cristão, que só nas mãos de Deus se encontram o poder supremo e a infinita sabedoria. Talvez essas preces suavizem o remorso que ele traz no fundo do coração. Quanto a si, Morrel, aqui tem todo o segredo da minha conduta para consigo: não existe felicidade nem infelicidade neste mundo, existe apenas a comparação de um estado com outro e mais nada. Só aquele que experimentou o extremo infortúnio se encontra apto a experimentar a extrema felicidade. É necessário ter querido morrer, Maximilien, para saber como é bom viver. Vivam pois e sejam felizes, filhos queridos do meu coração, e nunca esqueçam que até ao dia em que Deus se dignar desvendar o futuro ao homem, toda a sabedoria humana residirá nestas palavras: Esperar e ter esperança!

Seu amigo, Edmond Dantès, Conde de Monte Cristo.

<< Página Anterior

pág. 1079 (Capítulo 117)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 1079

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069