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Capítulo 2: O pai e o filho

Página 11
Vamos, pai - continuou Dantès -, guarde esse dinheiro no seu mealheiro. A não ser que o vizinho Caderousse tenha, por sua vez, necessidade dele, pois nesse caso está às suas ordens.

- Não - rapaz - disse Caderousse -, não tenho necessidade de nada. Graças a Deus, o Estado cuida dos seus homens. Guarda o teu dinheiro, guarda; nunca é de mais. O que me não impede de te agradecer a tua oferta como se a tivesse aceitado.

- Era de boa vontade - declarou Dantès.

- Acredito. Eis-te então em excelentes relações com o Sr Morrel, hem?... Espertalhão!...

- O Sr. Morrel foi sempre muito bondoso para comigo - respondeu Dantès.

- Nesse caso, não devias recusar o seu jantar.

- Como recusar o seu jantar? - interveio o velho Dantès. Convidou- te para jantar?

- Convidou, meu pai - respondeu Edmond, sorrindo do espanto que causava ao pai as grandes honras de que era alvo.

- E por que recusaste, filho? - perguntou o velhote.

- Para chegar mais cedo junto de si meu pai - respondeu o rapaz. - Tinha pressa de o ver.

- O bom do Sr. Morrel deve ter ficado contrariado com isso - insinuou Caderousse. - E quando se visa ser comandante é um erro contrariar o armador…

- Expliquei-lhe o motivo da minha recusa e ele compreendeu-o, espero - redarguiu Dantès.

- Convém não esquecer que para se ser comandante é necessário adular um bocadinho os patrões....

- Espero ser comandante sem isso - respondeu Dantès.

- Tanto melhor, tanto melhor! Será um prazer para todos os velhos amigos e sei de alguém lá em baixo, atrás da Cidadela de S. Nicolau, que não ficará nada aborrecido com isso…

- Mercédès? - perguntou o velhote.

- Sim, meu pai - respondeu Dantès. - E com sua licença, agora que já o vi, agora que sei que está de saúde e que tem tudo quanto precisa, permita-me que vá visitar os Catalães.

- Vai, meu filho - disse o velho Dantès -, e que Deus te abençoe na tua mulher como me abençoou no meu filho.

- Sua mulher? - interveio Caderousse. - Como vai depressa, Tio Dantès! Ainda o não é, parece-me! - Não. Mas é muito provável que não tarde a sê-lo - respondeu Edmond.

- Não importa, não importa - observou Caderousse. - Fazes bem em despachar-te, rapaz.

- Porquê?

- Porque Mercédès é uma bonita rapariga e às bonitas raparigas não faltam apaixonados. Ela, sobretudo, tem-nos às dúzias.

- Deveras? - disse Edmond, com um sorriso em que se notavam uns ligeiros laivos de inquietação.

- Claro! - confirmou Caderousse. - E bons partidos, até. Mas, compreendes, vais ser comandante e nessas condições quem é que te ia recusar?...

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 11

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069