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Capítulo 3: Os Catalães

Página 20

- Mas não importa - prosseguiu Caderousse, deitando um copo de vinho a Fernand e enchendo pela oitava ou décima vez o seu próprio copo, enquanto Danglars mal tocara no seu. - Não importa porque entretanto ele casa com Mercédès, a bela Mercédès. Pelo menos foi para isso que voltou.

Enquanto Caderousse falava, Danglars envolvia num olhar penetrante o jovem Fernand, no coração do qual as palavras do alfaiate caíam como chumbo derretido.

- Quando é a boda? – perguntou.

- Oh, ainda não está marcada! - murmurou Fernand.

- Não está, mas estará - salientou Caderousse -, tão certo como Dantès ser o comandante do pharaon não é verdade, Danglars?

Danglars acusou a estocada inesperada e virou-se para Caderousse, cujo rosto observou, para ver se o golpe fora premeditado. Mas só viu inveja naquela cara já quase estupidificada pela embriaguez.

- Pois bem - disse, enchendo os copos -, bebamos ao comandante Edmond Dantès, marido da bela catalã!

Caderousse levou o copo à boca com mão pouco firme e despejou-ode um golo. Fernand pegou no seu e partiu-o no chão.

- Eh eh, eh! -gargalhou Caderousse. - Mas que vejo ali, no cimo da colina, na direção dos Catalães? Olha, Fernand, que tens melhor vista do que eu. Creio que começo a ver tudo turvo e como sabes o vinho é traiçoeiro... Parecem dois namorados que caminham ao lado um do outro, de mãos dadas. Deus me perdoe, não desconfiam que os vemos e beijam-se!

Danglars não perdia nenhum sinal de angústia de Fernand, cujo rosto se descompunha a olhos vistos.

- Conhece-os, Sr. Fernand? - Perguntou.

- Conheço - respondeu este, com voz surda. - São o Sr. Edmond e Mademoiselle Mercédès.

- Ora vejam! - exclamou Caderousse. - E eu que os não reconhecia... Olá, Dantès! Olá, linda menina! Venham até aqui um bocadinho e digam-nos quando é a boda, pois o Sr. Fernand é tão teimoso que não nos quer dizer.

- Fazes favor de te calar? - interveio Danglars, simulando conter Caderousse, que com a tenacidade dos bêbedos se inclinava para fora da latada. - Vê se te tens de pé e deixa os apaixonados amarem-se tranquilamente. Põe os olhos aqui no Sr. Fernand e segue-lhe o exemplo; é um homem razoável.

Talvez Fernand, de cabeça perdida, aguilhoado por Danglars como o touro pelos bandarilheiros, fosse finalmente explodir, tanto mais que já se levantara e parecia dobrar-se sobre si para saltar sobre o rival; mas Mercédès, risonha e decidida, levantou a bela cabeça e deixou ver o seu olhar puro e resplandecente.

Então Fernand lembrou-se da ameaça que ela fizera, de morrer se Edmond morresse, e deixou-se cair, desanimado, no seu lugar.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 20

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069