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Capítulo 33: Bandidos Romanos

Página 292
Onde quer que se encontre, o homem superior arranja uma clientela de admiradores. Nas redondezas falava-se do jovem pastor como o mais hábil, o mais forte e o mais bravo contadino de dez léguas em redor; e embora pela sua parte Teresa, e num círculo ainda mais vasto, passasse por uma das mais bonitas raparigas da Sabine, ninguém se atrevia a dizer-lhe uma palavra de amor, porque a sabiam amada por Vampa.

»E no entanto os dois jovens nunca tinham dito um ao outro que se amavam. Haviam crescido juntos como duas árvores que confundem as suas raízes debaixo do chão, os seus ramos no ar e o seu perfume no céu. Apenas o seu desejo de se verem era o mesmo. Esse desejo tornara-se uma necessidade e por isso mais depressa aceitariam a morte do que um só dia de separação.

»Teresa contava dezasseis anos e Vampa dezassete.

»Por essa altura começou-se a falar com insistência numa quadrilha de bandidos que se organizava nos montes Lepini. O banditismo nunca foi seriamente extirpado dos arredores de Roma. Às vezes faltam-lhe chefes, mas quando aparece um chefe é raro faltar-lhe uma quadrilha.

»O célebre Cucumetto, perseguido nos Abruzos e expulso do reino de Nápoles, onde sustentara uma verdadeira guerra, atravessara Garigliano como Manfredo e viera, entre Sonnino e Juperno, refugiar-se nas margens do Amasina.

»Era ele quem se ocupava da organização da quadrilha e que seguia as pisadas de Decesaris e Gasparone, que esperava em breve ultrapassar. Vários rapazes de Palestrina, Frascati e Pampinara desapareceram De início, as pessoas preocuparam-se com o seu desaparecimento, mas não tardou a saber-se que se tinham ido juntar à quadrilha de Cucumetto.

»Passado algum tempo, Cucumetto tornou-se alvo das atenções gerais. Citavam-se por parte desse chefe de bandidos rasgos de audácia extraordinários e de revoltante brutalidade.

»Um dia, raptou uma rapariga, filha do agrimensor de Frosinone. As leis dos bandidos são positivas: uma rapariga pertence primeiro àquele que a raptou e depois os outros tiram-na à sorte e a desgraçada tem de se submeter aos prazeres de toda a quadrilha até os bandidos a abandonarem ou ela morrer.

»Quando os pais são bastante ricos para a resgatar, mandam-lhe um mensageiro tratar do resgate. A cabeça da prisioneira responde pela segurança do emissário. Se o resgate é recusado, a prisioneira está irremediavelmente condenada.

»A rapariga tinha um apaixonado na quadrilha de Cucumetto, chamado Carlini.

»Ao reconhecer o rapaz, a jovem estendeu-lhe os braços e julgou-se salva. Mas o pobre Carlini, quando viu de quem se tratava, sentiu o coração despedaçado, pois não tinha quaisquer dúvidas acerca da sorte que esperava a amada.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 292

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069