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Capítulo 33: Bandidos Romanos

Página 293

»No entanto, como era o favorito de Cucumetto, como havia três anos que compartilhava os seus perigos e como lhe salvara a vida abatendo a tiro de pistola um carabineiro que tinha já o sabre levantado sobre a cabeça do chefe, esperou que Cucumetto tivesse compaixão da rapariga.

»Chamou portanto o chefe à parte, enquanto a jovem, sentada junto do tronco de um grande pinheiro que se erguia no meio deuma clareira da floresta, transformava em véu o toucado pitoresco das camponesas romanas e escondia o rosto aos olhares luxuriosos dos bandidos.

»Carlini contou tudo ao chefe: os seus amores com a prisioneira, os seus juramentos de fidelidade, e como todas as noites, desde que se encontravam nos arredores, se namoravam numas ruínas.

»Precisamente na noite do rapto, Cucumetto mandara Carlini a uma aldeia vizinha e ele não pudera comparecer ao encontro; mas Cucumetto passara por ali por acaso, segundo dissera, e fora então que raptara a jovem.

»Carlini suplicou ao chefe que abrisse uma excepção a seu favor e respeitasse Rita, dizendo-lhe que o pai era rico e pagaria um bom resgate.

»Cucumetto pareceu ceder às súplicas do amigo e encarregou-o de arranjar um pastor que pudessem mandar a casa do pai de Rita, em Frosinone.

»Então, Carlini aproximou-se muito contente da rapariga, disse-lhe que estava salva e convidou-a a escrever uma carta ao pai contando-lhe o que lhe acontecera e comunicando-lhe que o seu resgate fora fixado em trezentas piastras.

»Concediam ao pai apenas o prazo de doze horas, isto é, até ao dia seguinte às nove horas da manhã.

»Escrita a carta, Carlini apoderou-se imediatamente dela e correu para a planície em busca de um mensageiro.

»Encontrou um jovem pastor que recolhia o rebanho. Os mensageiros naturais dos bandidos são os pastores, que vivem entre a cidade e a montanha, entre a vida selvagem e a vida civilizada.

»O jovem pastor partiu imediatamente, prometendo chegar antes de uma hora a Frosinone.

»Carlini voltou para trás muito contente, disposto a ir ter com a amada e dar-lhe a boa nova.

»Encontrou a quadrilha na clareira, onde ceava alegremente provisões que os bandidos exigiam aos camponeses como um tributo. Em vão procurou Cucumetto e Rita no meio dos alegres convivas.

»Perguntou onde estavam; os bandidos responderam com uma grande gargalhada. Um suor frio correu pela testa de Carlini e sentiu a angústia agarrá-lo pelos cabelos.

»Repetiu a pergunta. Um dos convivas encheu um copo de vinho de Orvietto e estendeu-lhe dizendo:

»- À saúde do bravo Cucumetto e da bela Rita!

»Nesse momento Carlini julgou ouvir um grito de mulher.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 293

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069