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Capítulo 33: Bandidos Romanos

Página 302
Acordada no meio da noite pelo clarão das chamas, a jovem saltara da cama, envolvera-se no roupão e tentara fugir pela porta. Mas a galeria por onde teria de passar era já pasto das chamas. Então, regressara ao quarto e desatara a pedir socorro em altos gritos, quando de súbito a janela, situada a vinte pés do solo, se abrira, um jovem camponês entrara a correr no quarto, tomara-a nos braços e, com uma energia e um desembaraço sobre-humanos, transportara-a para a relva do jardim, onde ela perdera os sentidos. Quando voltou a si, o pai estava diante dela e todos os criados a rodeavam, ansiosos por a socorrer. Ardera uma ala inteira do palácio. Mas que importava, se Carmela estava sã e salva?

»Procuraram por toda a parte o seu salvador, mas não o encontraram. Perguntaram por ele a toda a gente, mas ninguém o vira. Quanto a Carmela, estava tão assustada que não o reconhecera.

»De resto, como o conde era imensamente rico, exceptuando o perigo que Carmela correra e que lhe pareceu, dada a forma miraculosa como lhe escapara, mais um novo favor da Providência do que uma verdadeira desgraça, a perda ocasionada pelas chamas pouco representou para ele.

»No dia seguinte, à hora habitual, os dois jovens encontraram-se na orla da floresta. Luigi fora o primeiro a chegar. Foi ao encontro da rapariga muito bem disposto, como se tivesse esquecido por completo a cena da véspera. Teresa estava visivelmente pensativa; mas ao ver Luigi assim bem disposto, afectou pela sua parte a despreocupação risonha que constituía o fundo do seu carácter quando qualquer paixão o não perturbava.

»Luigi tomou Teresa pelo braço e conduziu-a até à porta da gruta. Aí, deteve-se. Compreendendo que havia algo extraordinário, a rapariga olhou fixamente.

»- Ó Teresa - disse Luigi -, ontem à noite disseste-me que darias tudo no mundo para ter um vestido semelhante ao da filha do conde...

»- Pois disse - respondeu Teresa, atónita. - Mas estava louca para manifestar semelhante desejo.

»- E eu respondi-te: "Pois bem, tê-lo-ás!"

»- É verdade - admitiu a jovem, cujo espanto aumentava a cada palavra de Luigi. - Mas decerto respondeste isso para me seres agradável.

»- Nunca te prometi nada que te não desse, Teresa - redarguiu orgulhosamente Luigi. - Entra na gruta e veste-te.

»Ditas estas palavras, puxou a pedra e mostrou a Teresa a gruta iluminada por duas velas que ardiam de cada lado de um espelho magnífico. Em cima da mesa rústica, feita por Luigi, encontravam-se expostos o colar de pérolas e os alfinetes de diamantes, e numa cadeira ao lado encontrava-se o resto do traje.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 302

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069