Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 33: Bandidos Romanos

Página 303

»Teresa soltou um grito de alegria e, sem se informar donde viera aquele traje nem perder tempo a agradecer a Luigi, correu para a gruta transformada em gabinete de vestir.

»Luigi correu a pedra atrás dela, porque acabava de ver, no cimo de uma colinazinha que impedia que do lugar onde estava se visse Palestrina, um viajante a cavalo que se deteve um instante como que hesitante no seu caminho e se recortou no azul do céu com a nitidez de contornos característica dos longes dos países meridionais.

»Ao ver Luigi, o viajante meteu o cavalo a galope e foi ao seu encontro.

»Luigi não se enganara: o viajante, que se dirigia de Palestrina para Tivoli, estava hesitante no caminho.

»O rapaz indicou-lho. Mas como a um quarto de milha dali a estrada se dividia em três caminhos e, chegado ai, o viajante se pudesse perder novamente, pediu a Luigi que lhe servisse de guia.

»Luigi tirou a capa e pô-la no chão, pôs a carabina ao ombro e, liberto assim da pesada peça de vestuário, seguiu à frente do viajante com o passo rápido do montanhos que o passo de um cavalo dificilmente acompanha.

»Em dez minutos, Luigi e o viajante chegaram à espécie de encruzilhada indicada pelo jovem pastor.

»Uma vez aí, num gesto majestoso como o de um imperador, Luigi estendeu a mão para aquela das três estradas que o viajante devia seguir.

»- Aqui tem o seu caminho, Excelência - disse-lhe. - Agora já não tem nada que se enganar.

»- E tu aqui tens a tua recompensa - disse o viajante, oferecendo ao jovem pastor algumas moedas de pouco valor.

»- Obrigado - disse Luigi, retirando a mão. - Presto um favor, não o vendo.

»- Mas - disse o viajante, que parecia de resto habituado à diferença entre o servilismo do homem das cidades e o orgulho do camponês -, se recusas um salário aceitas ao menos um presente?

»- Aceito, isso é diferente.

«- Então - disse o viajante -, toma estes dois sequins de Veneza e dá-os à tua noiva para fazer uns brincos.

»- E o senhor tome este punhal - disse o jovem pastor. - De Albino a Civita- Castellana não encontrará outro cujo punho esteja melhor esculpido.

»- Aceito - respondeu o viajante. - Mas assim sou eu que te fico em dívida, pois este punhal vale mais do que dois sequins.

»- Para um comerciante, talvez; mas para mim, que o esculpi, vale apenas uma piastra.

»- Como te chamas? - perguntou o viajante.

»- Luigi Vampa - respondeu o pastor, com o mesmo ar com que responderia: "Alexandre, rei da Macedónia." - E o senhor?

»- Eu - respondeu o viajante - chamo-me Simbad, o Marinheiro.

Franz de Epinay soltou um grito de surpresa.

- Simbad, o Marinheiro! - exclamou.

<< Página Anterior

pág. 303 (Capítulo 33)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 303

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069