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Capítulo 33: Bandidos Romanos

Página 305

»Desde o dia em que o bandido fora salvo pelos dois jovens, ficara apaixonado por Teresa e jurara que a rapariga seria sua. A partir desse dia, espiara-a. E, aproveitando o momento em que o rapaz a deixara sozinha para indicar o caminho ao viajante, raptara-a e julgava-se já senhor dela quando a bala de Vampa, guiada pela pontaria infalível do jovem pastor, lhe traspassara o coração.

»Vampa, olhou-o um instante sem a menor emoção, enquanto Teresa, pelo contrário, ainda toda trémula, não ousava aproximar-se do bandido morto senão em passinhos curtos e deitava hesitante uma olhadela ao cadáver por cima do ombro do amado.

»Passado um instante, Vampa virou-se para a noiva e disse:

»- Ah, ah, já estás vestida!... Vou vestir-me também.

»- Com efeito, Teresa trazia, da cabeça aos pés, o traje da filha do conde de San-Felice.

»Vampa, pegou no corpo de Cucumetto e levou-o para a gruta, enquanto Teresa ficava cá fora.

»Se tivesse passado segundo viajante, veria uma coisa estranha: uma pastora a guardar as suas ovelhas com um vestido de caxemira, brincos e um colar de pérolas, alfinetes de diamantes e botões de safiras, esmeraldas e rubis.

»Sem dúvida julgar-se-ia regressado ao tempo de Floriano e afirmaria, ao regressar a Paris, que encontrara a pastora dos Alpes sentada ao pé dos montes Sabinos.

»Passado um quarto de hora, Vampa saiu por sua vez da gruta. O seu traje não era menos elegante, no seu género, do que o de Teresa.

»Trazia uma jaqueta de veludo carmesim, com botões de ouro cinzelado, colete de seda todo coberto de bordados, um lenço romano atado ao pescoço, uma cartucheira toda adornada de ouro e seda encarnada e verde, calções de veludo azul-celeste presos por baixo do joelho com fivelas de diamantes, polainas de pele de gamo adornadas com mil arabescos coloridos e chapéu onde adejavam fitas de todas as cores. Pendiam-lhe da cintura dois relógios e trazia entalado na cartucheira um magnífico punhal.

»Teresa soltou um grito de admiração. Assim vestido, Vampa lembrava um quadro de Léopold Robert ou de Schnetz.

»Envergara o traje completo de Cucumetto.

»O rapaz notou o efeito que produzia sobre a noiva e um sorriso de orgulho entreabriu-lhe a boca.

»- Agora - perguntou a Teresa -, estás pronta a compartilhar a minha sorte qualquer que ela seja?

»- Estou! - gritou a rapariga com entusiasmo.

»- A seguir-me para toda a parte onde for?

»- Até ao fim do mundo.

»- Então, toma o meu braço e partamos, porque não temos tempo a perder.

»A rapariga passou o braço pelo do noivo sem sequer lhe perguntar para onde a levava. Naquele momento, parecia-lhe belo, orgulhoso e forte como um deus.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 305

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069