Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 36: O Carnaval de Roma

Página 345

Ao despir o seu, Albert tirou com o maior cuidado o ramo de violetas: era o seu sinal de reconhecimento para o dia seguinte.

Os dois amigos sentaram-se à mesa; mas enquanto jantavam, Albert não pôde deixar de notar a diferença notável que existia entre os méritos respectivos dos cozinheiros de mestre Pastrini e do conde de Monte-Cristo. Ora, a verdade obrigou Franz a confessar, apesar das prevenções que parecia ter contra o conde, que a comparação não era nada a favor do chefe de Pastrini. À sobremesa, o criado perguntou a que horas os dois jovens desejavam a carruagem. Albert e Franz entreolharam-se, receando sinceramente abusar, mas o criado tranquilizou-os:

- Sua Excelência o conde de Monte-Cristo - disse - deu ordens terminantes para que a carruagem ficasse todo o dia às ordens de Suas Senhorias. Suas Senhorias podem portanto dispor dela sem receio de abusar.

Os jovens resolveram aproveitar até ao fim a cortesia do conde e mandarem atrelar os cavalos enquanto eles iam trocar por um fato de noite o seu traje de dia, que estava um bocadinho amarrotado pelos numerosos combates em que tinham participado. Tomada esta precaução, dirigiram-se para o Teatro Argentina e instalaram-se no camarote do conde.

Durante o primeiro acto, a condessa G... entrou no dela e o seu primeiro olhar foi para o lado onde na véspera vira o conde, de modo que viu Franz e Albert no camarote daquele acerca de quem exprimira a Franz, havia vinte e quatro horas, opinião bastante estranha.

O seu binóculo visava-o tão intensamente que Franz se convenceu ser uma crueldade tardar mais tempo a satisfazer a curiosidade da condessa. Por isso, usando do privilégio concedido aos espectadores dos teatros italianos, que consiste em transformar salas de espectáculo em salas de recepção, os dois amigos deixaram o seu camarote e foram apresentar as suas homenagens à condessa. Mal entraram no camarote, ela fez sinal a Franz para se sentar no lugar de honra. Por sua vez, Albert sentou-se atrás.

- Então - disse a condessa quase sem dar tempo a Franz de se sentar -, parece que não tiveram nada mais urgente que fazer do que travar conhecimento com o novo Lorde Ruthwen e tornarem-se os melhores amigos do mundo...

- Sem que estejamos tão adiantados como diz numa intimidade recíproca não posso negar, Sr.ª Condessa - respondeu Franz -, que abusámos todo o dia da sua amabilidade.

- Como, todo o dia?

- É como lhe digo: esta manhã aceitámos o seu pequeno-almoço, durante toda a mascherata percorremos o Corso na sua carruagem e finalmente à noite assistimos ao espectáculo no seu camarote.

<< Página Anterior

pág. 345 (Capítulo 36)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 345

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069