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Capítulo 5: O banquete de noivado

Página 35
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Em todo o caso, que o golpe recaia sobre quem o desferiu.

- Esqueces-te daquele que o aconselhou - redarguiu Caderousse.

- Diabos te levem, como se um homem fosse responsável por tudo o que diz no ar! - E é, quando o que diz no ar fere alguém.

Entretanto, os grupos comentavam a prisão em todos os tons.

- E você, Danglars, que pensa disto? - perguntou uma voz.

- Por mim - respondeu Danglars - creio que terá trazido alguns fardos de mercadorias proibidas.

- Mas se fosse isso você devê-lo-ia saber, Danglars, visto ser o guarda-livros.

- Sim, é verdade, mas o guarda-livros só conhece as mercadorias que lhe declaram. Sei que carregamos algodão e mais nada; que o carregamento foi embarcado em Alexandria pelo Sr. Pastret e em Esmirna pelo Sr. Pascal; não me perguntem mais nada.

- Oh, agora me lembro! - murmurou o pobre pai, agarrando-se a esse destroço. - Agora me lembro ter-me dito ontem que trazia para mim uma caixa de café e uma caixa de tabaco.

- Vê? - disse Danglars. - Deve ser isso. Na nossa ausência a alfândega terá feito uma visita a bordo do Pharaon e descoberto a marosca.

Mas Mercédès não acreditava em nada daquilo. Refreada até ali, a sua dor desfez-se de súbito em soluços.

- Então, então, é preciso ter esperança! - disse sem saber muito bem o que dizia o Tio Dantès.

- Sim, esperança - repetiu Danglars.

- Esperança - tentou murmurar Fernand.

Mas a palavra sufocava-o. Agitou os lábios e não conseguiu que nenhum som lhe saísse da boca.

- Senhores! - gritou um dos convivas que ficara de atalaia na balaustrada. - Senhores, uma carruagem! Ah, é o Sr. Morrel! Coragem, coragem! Traz-nos com certeza boas notícias.

Mercédès e o velho pai correram ao encontro do armador, que encontraram à porta. O Sr. Morrel estava muito pálido.

- Então? - perguntaram ao mesmo tempo.

- Então, meus amigos - respondeu o armador abanando a cabeça - o caso é mais grave do que nós pensávamos.

- Mas, senhor, ele está inocente! - gritou Mercédès.

- Acredito - respondeu o Sr. Morrel. - Mas acusam-no...

- De quê? - perguntou o velho Dantès.

- De ser agente bonapartista.

Aqueles dos meus leitores que viveram na época em que se passa esta história recordar-se-ão que terrível acusação era então aquela que o Sr. Morrel acabava de formular.

Mercédès soltou um grito; o velho deixou-se cair numa cadeira.

- Ah! - murmurou Caderousse. - Vocês enganaram-me, Danglars, e pregaram a partida a Dantès. Mas não quero ver morrer de dor esse velho e essa rapariga e vou dizer-lhes tudo.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 35

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069