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Capítulo 5: O banquete de noivado

Página 36

- Cala-te, desgraçado - ordenou-lhe Danglars, agarrando a mão de Caderousse -, ou não respondo por mim. Quem te diz que Dantès não é realmente culpado? O navio escalou a ilha de Elba e ele desembarcou e ficou um dia inteiro em Porto Ferraio. Se lhe encontrassem alguma carta comprometedora, aqueles que o tivessem defendido passariam por seus cúmplices.

Com o instinto apurado do egoísmo, Caderousse compreendeu a perfeita solidez deste raciocínio. Fitou Danglars com olhos embrutecidos pelo medo e pela dor e por um passo que dera em frente deu dois atrás.

- Esperemos então - murmurou.

- Sim, esperemos - disse Danglars. - Se estiver inocente, pô-lo-ão em liberdade; se for culpado, é inútil comprometermo-nos por um conspirador.

- Então saiamos porque não posso ficar mais tempo aqui

- Sim, vamos - concordou Danglars, encantado por encontrar um companheiro de retirada. - Vamos e eles que se arranjem como puderem.

Saíram. Fernand, que reassumira o seu papel de amparo da jovem, pegou na mão de Mercédès; e reconduziu-a aos Catalães. Os amigos de Dantès, pela sua parte, acompanharam às Alamedas de Meilhan o velho quase desfalecido.

Em breve se espalhou por toda a cidade o boato de que Dantès fora preso como agente bonapartista.

- Acredita em semelhante coisa, meu caro Danglars? - perguntou o Sr. Morrel, juntando-se ao seu guarda-livros e a Caderousse, pois ele próprio regressava apressadamente à cidade a fim de procurar saber alguma notícia direta de Edmond através do substituto do procurador régio, Sr. de Villefort, que conhecia superficialmente. - Acredita em semelhante coisa?

- Ora essa, senhor! - respondeu Danglars. - Já lhe tinha dito que Dantès, sem nenhum motivo, aportara à ilha de Elba e que essa escala me parecera suspeita.

- Mas deu conta das suas suspeitas a mais alguém além de mim?

- Nem por sombras, senhor - respondeu Danglars, baixinho. - O senhor bem sabe que por causa do seu tio, Sr. Policar Morrel, que serviu o outro e que não oculta as suas ideias, há quem desconfie que lamenta a sorte de Napoleão. Recearia prejudicar Edmond e depois o senhor. Há coisas que um subordinado tem o dever de dizer ao seu armador e esconder rigorosamente dos outros.

- Muito bem, Danglars, muito bem! - aprovou o armador. - Você é um excelente rapaz. Por isso, pensei antecipadamente em si, no caso do pobre Dantès vir a ser comandante do Pharaon

- Como assim, senhor?

- Sim, perguntei previamente a Dantès o que pensava a seu respeito e se teria alguma repugnância em conservá-lo no seu lugar. Porque, não sei porquê, julguei ter notado certa frieza entre vocês.

- E que lhe respondeu ele?

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 36

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069