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Capítulo 44: A vendetta

Página 438
Aliás, a mesma coisa já acontecera outras vezes.

«O homem que acompanhava Caderousse era evidentemente estranho ao Meio-Dia da França. Tratava-se de um desses feirantes que vêm vender jóias à feira de Beaucaire e que, durante o mês que dura a feira, aonde afluem vendedores e compradores de todas as partes da Europa, fazem às vezes cem ou cento e cinquenta mil francos de transacções.

«Caderousse entrou, apressado, à frente do outro. Depois, vendo a sala de baixo vazia, como de costume, e guardada apenas pelo seu cão, chamou a mulher:

«- Eh, Carconde! Aquele digno padre não nos enganou; o diamante é bom.

«Ouviu-se uma exclamação de alegria e quase imediatamente a escada estalou debaixo de passos pesados devido à fraqueza e à doença.

«- Que dizes? - perguntou a mulher, mais pálida do que uma morta.

«- Digo que o diamante é bom Aqui está este senhor, um dos primeiros joalheiros de Paris, que está pronto a dar-nos cinquenta mil francos por ele. Apenas, para ter a certeza de que o diamante é de facto nosso, deseja que lhe contes, como já lhe contei, de que forma miraculosa a pedra veio parar às nossas mãos. Entretanto, senhor, faça favor de se sentar, e como o tempo está carregado, vou buscar-lhe qualquer coisa para se refrescar. - O joalheiro examinava com atenção o interior da estalagem e a pobreza visível daqueles que lhe queriam vender um diamante que parecia saído do tesouro de um príncipe.

«- Conte, minha senhora - pediu, querendo sem dúvida aproveitar a ausência do marido para que nenhum sinal da parte dele influenciasse a mulher e para verificar se as duas histórias encaixavam bem uma na outra.

«- Meu Deus, foi uma bênção do Céu que estávamos muito longe de esperar! - disse a mulher, com volubilidade. - Imagine, meu caro senhor, que o meu marido conheceu em 1814 ou 1815 um marinheiro chamado Edmond Dantès. Esse pobre rapaz, que Caderousse esquecera por completo, não o esqueceu a ele e deixou-lhe ao morrer o diamante que o senhor acaba de ver.

«- Mas como se tornou ele possuidor do diamante? - perguntou o joalheiro. - Já o tinha antes de ser preso?

«- Não, senhor - respondeu a mulher. - Mas parece que conheceu na prisão um inglês muito rico, e como na prisão o seu companheiro de cela adoeceu e Dantès o tratou como se fosse seu irmão, o inglês, ao sair do cativeiro, deixou ao pobre Dantès, que, menos feliz do que ele, morreu na prisão, esse diamante que ele nos legou por seu turno ao morrer e que encarregou o digno abade que cá esteve esta manhã de nos entregar.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 438

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069