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Capítulo 51: Píramo e Tisbe

Página 502

- Não me fale de Marselha, Maximilien. Essa palavra basta para me lembrar da minha boa mãe, esse anjo cujo desaparecimento toda a gente lamentou, e que depois de velar pela filha durante a sua curta estada na Terra, vela agora por ela, pelo menos assim espero, durante a sua eterna estada no Céu. Oh, se a minha pobre mãe fosse viva, Maximilien, não temeria nada! Dir-lhe-ia que o amo e ela proteger-nos-ia.

- Infelizmente, Valentine - prosseguiu Maximilien -, se ela fosse viva eu não a conheceria, sem dúvida, porque, como disse, seria feliz se ela fosse viva, e uma Valentine feliz olhar-me-ia muito desdenhosamente do alto da sua grandeza.

- Ah, meu amigo, agora é o senhor que é injusto!... Mas diga-me...

- Que quer que lhe diga? - insistiu Maximilien, vendo que Valentine hesitava.

- Diga-me - continuou a jovem -, noutros tempos, em Marselha, não houve qualquer desinteligência entre o seu pai e o meu?

- Que eu saiba, não - respondeu Maximilien -, a não ser por o seu pai ser um partidário mais que zeloso dos Bourbons e o meu, um homem dedicado ao imperador. Presumo ser essa a única desinteligência que terá havido entre eles. Mas porque pergunta isso, Valentine?

- Vou dizer-lho - prosseguiu a jovem - porque deve saber tudo. Bom, foi no dia em que a sua nomeação de oficial da Legião de Honra veio publicada no jornal. Estávamos todos em casa do avô, o Sr. Noirtier, e além de nós estava lá também o Sr. Danglars... Creio que o conhece, é aquele banqueiro cujos cavalos quase mataram anteontem a minha madrasta e o meu irmão. Eu lia o jornal em voz alta ao meu avô, enquanto os outros conversavam acerca do casamento de Mademoiselle Danglars. Quando cheguei ao parágrafo que lhe dizia respeito a si, Maximilien, e que já lera, porque o senhor me tinha dado essa boa notícia na véspera de manhã... quando cheguei, repito, ao parágrafo que lhe dizia respeito, estava tão feliz... mas também tão trémula por ser obrigada a pronunciar o seu nome em voz alta, que decerto o omitiria se não receasse que interpretassem mal o meu silêncio. Apelei, pois, para toda a minha coragem e li-o.

- Querida Valentine!

- Pois bem, assim que soou o seu nome, Maximilien, o meu pai virou a cabeça. Estava tão persuadida (veja como sou louca!) de que toda a gente ia ser fulminada por esse nome como o seria por um raio, que julguei ver estremecer meu pai e até (quanto a esse foi uma ilusão, tenho a certeza), e até o Sr. Danglars.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 502

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069