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Capítulo 7: O interrogatório

Página 52
E na verdade o senhor parece-me um jovem tão digno que me vou desviar em seu benefício das regras habituais da justiça e ajudá-lo a fazer brotar a luz dando-lhe conhecimento da denúncia que o trouxe à minha presença. Aqui está o papel acusador. Reconhece a letra? E Villefort tirou a carta da algibeira e apresentou-a a Dantès, que a olhou e leu. Passou-lhe uma sombra pela testa e respondeu:

- Não, senhor, não conheço esta letra; está disfarçada, embora seja bastante firme. De qualquer modo, foi traçada por mão experiente. Sinto-me feliz - acrescentou, olhando com reconhecimento para Villefort - por tratar com um homem como o senhor, pois com efeito o meu invejoso é um autêntico inimigo.

E o relâmpago que passou pelos olhos do jovem ao pronunciar estas palavras permitiu a Villefort distinguir tudo o que havia de violenta energia debaixo da afabilidade inicial.

- E agora - disse o substituto - responda-me francamente, senhor, não como um arguido ao seu juiz, mas sim como um homem numa posição falsa responde a outro homem que se interessa por ele: que há de verdade nesta acusação anónima? E Villefort atirou com repugnância para cima da secretária a carta que Dantès acabava de lhe restituir.

- Tudo e nada, senhor. Eis a verdade pura, pela minha honra de marinheiro, pelo meu amor por Mercédès e pela vida do meu pai.

- Fale, senhor - disse em voz alta Villefort.

Depois, baixinho, acrescentou:

- Se Renée me pudesse ver, sem dúvida ficaria contente comigo e nunca mais me chamaria cortador de cabeças!

- Bom, o comandante Leclère adoeceu com uma febre cerebral ao sairmos de Nápoles. Como não tínhamos médico a bordo e não quis escalar nenhum porto da costa, pois tinha pressa de chegar à ilha de Elba, a doença agravou-se e ele chamou-me a sua presença.

«- Meu caro Dantès - disse-me -, jure-me pela sua honra fazer o que lhe vou dizer. Estão em jogo altos interesses.

«- Juro-lhe, comandante - respondi-lhe.

«- Muito bem! Como depois da minha morte lhe pertence o comando do navio, na qualidade de imediato, assuma-o, aproe à ilha de Elba, desembarque em Porto Ferraio, procure o grande marechal e entregue-lhe esta carta. É possível que lhe entreguem outra carta e o encarreguem de qualquer missão. Essa missão estava-me reservada, Dantès; cumpra-a em meu lugar e toda a honra disso será sua.

«- Assim farei, comandante, mas talvez não consiga chegar tão facilmente como pensa junto do grande marechal.

«- Aqui tem um anel que lhe mandará entregar - disse o comandante - e que removerá todas as dificuldades.

«- E ao dizer estas palavras entregou-me um anel.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 52

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069