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Capítulo 53: Roberto, o diabo

Página 520

- Conheço - respondeu Albert. - Fui-lhe apresentado em Roma pelo Franz.

- Quer prestar-me em Paris o mesmo favor que Franz lhe prestou em Roma?

- Com muito prazer.

- Caluda! - protestou o público.

Os dois rapazes continuaram a conversar sem parecerem preocupar-se absolutamente nada com o desejo que a plateia manifestava de querer ouvir a música.

- Vi-a nas corridas do Campo de Marte - informou Château-Renaud.

- Hoje?

- Sim.

- Ah, de facto havia corridas. Apostou?

- Apostei. Oh, uma miséria! Cinquenta luíses.

- E quem ganhou?

- O Nautilus. Apostei nele.

- Mas não havia três corridas?

- Havia. E também havia o prémio do Jockey-Club, uma taça de ouro. Até aconteceu uma coisa deveras estranha.

- Qual?

- Caluda! - tornou a gritar o público.

- Qual? - repetiu Albert

- Foi um cavalo e um jóquei completamente desconhecidos que ganharam essa corrida.

- Como?...

- Palavra! Ninguém prestara atenção a um cavalo inscrito sob o nome de Vampa, nem a um jóquei inscrito sob o nome de Job, quando se viu avançar a toda a velocidade um admirável alazão e um jóquei do tamanho de um palmo. Tiveram de lhe meter vinte libras de chumbo nas algibeiras, o que não o impediu de chegar ao fim com três comprimentos de avanço sobre o Ariel e o Barbaro, que corriam com ele.

- E ninguém descobriu a quem pertenciam o cavalo e o jóquei?

- Ninguém.

- Disse que o cavalo estava inscrito sob o nome de...

- Vampa.

- Então estou mais adiantado do que você - disse Albert. – Sei a quem pertence.

- Silêncio! - gritou pela terceira vez a plateia.

Desta vez o protesto era tão firme que os dois jovens deram finalmente por isso e verificaram que era a eles que o público se dirigia. Viraram-se um instante, procurando na multidão um homem que tomasse a responsabilidade do que consideravam uma impertinência, mas ninguém disse nada e eles voltaram-se para o palco.

Neste momento o camarote do ministro abriu-se e a Sr.ª Danglars, a filha e Lucien Debray ocuparam os seus lugares.

- Ah, ah! - murmurou Château-Renaud. - Estão ali umas pessoas suas conhecidas, visconde. Que diabo está a ver do lado direito? Procuram-no.

Albert virou-se e os seus olhos encontraram efectivamente os da baronesa Danglars, que o cumprimentou com o leque. Quanto a Mademoiselle Eugénie, foi a custo que os seus grandes olhos negros se dignaram a descer até à orquestra.

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Capa do livro O Conde de Monte Cristo
Páginas: 1080
Página atual: 520

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Marselha - A Chegada 1
O pai e o filho 8
Os Catalães 14
A Conspiração 23
O banquete de noivado 28
O substituto do Procurador Régio 38
O interrogatório 47
O Castelo de If 57
A festa de noivado 66
Os Cem Dias 89
O número 34 e o número 27 106
Um sábio italiano 120
A cela do abade 128
O Tesouro 143
O terceiro ataque 153
O cemitério do Castelo de If 162
A Ilha de Tiboulen 167
Os contrabandistas 178
A ilha de Monte-Cristo 185
Deslumbramento 192
O desconhecido 200
A Estalagem da Ponte do Gard 206
O relato 217
Os registos das prisões 228
Acasa Morrel 233
O 5 de Stembro 244
Itália - Simbad, o marinheiro 257
Despertar 278
Bandidos Romanos 283
Aparição 309
A Mazzolata 327
O Carnaval de Roma 340
As Catacumbas de São Sebastião 356
O encontro 369
Os convivas 375
O almoço 392
A apresentação 403
O Sr. Bertuccio 415
A Casa de Auteuil 419
A vendetta 425
A chuva de sangue 444
O crédito ilimitado 454
A parelha pigarça 464
Ideologia 474
Haydée 484
A família Morrel 488
Píramo e Tisbe 496
Toxicologia 505
Roberto, o diabo 519
A alta e a baixa 531
O major Cavalcanti 540
Andrea Cavalcanti 548
O campo de Luzerna 557
O Sr. Noirtier de Villefort 566
O testamento 573
O telégrafo 580
Meios de livrar um jardineiro dos ratos-dos-pomares que lhe comem os pêssegos 588
Os fantasmas 596
O jantar 604
O mendigo 613
Cena conjugal 620
Projetos de casamento 629
No gabinete do Procurador Régio 637
Um baile de Verão 647
As informações 653
O baile 661
O pão e o sal 668
A Sra. de Saint-Méran 672
A promessa 682
O jazigo da família Villefort 705
A ata da sessão 713
Os progressos de Cavalcanti filho 723
Haydée 732
Escrevem-nos de Janina 748
A limonada 762
A acusação 771
O quarto do padeiro reformado 776
O assalto 790
A mão de Deus 801
Beauchamp 806
A viagem 812
O julgamento 822
A provocação 834
O insulto 840
A Noite 848
O duelo 855
A mãe e o filho 865
O suicídio 871
Valentine 879
A confissão 885
O pai e a filha 895
O contrato 903
A estrada da Bélgica 912
A estalagem do sino e da garrafa 917
A lei 928
A aparição 937
Locusta 943
Valentine 948
Maximilien 953
A assinatura de Danglars 961
O Cemitério do Père-lachaise 970
A partilha 981
O covil dos leões 994
O juiz 1001
No tribunal 1009
O libelo acusatório 1014
Expiação 1021
A partida 1028
O passado 1039
Peppino 1049
A ementa de Luigi Vampa 1058
O Perdão 1064
O 5 de Outubro 1069